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Deputado é destituído de comissão por criticar a apresentadora Xuxa

Declaração de Pastor Eurico (PSB-PE) ocorreu durante votação da Lei da Palmada na Câmara

Projeto contra castigo físico agora segue para o Senado; partido classificou comentário como 'desrespeitoso'

MARIANA HAUBERT DE BRASÍLIA

Em discussão na Câmara dos Deputados ontem (21/5) sobre a chamada Lei da Palmada, que prevê punições a pais que batem em seus filhos, o deputado Pastor Eurico (PSB-PE) acusou a apresentadora Xuxa Meneghel de ter cometido violência contra crianças ao participar de "um filme pornô" nos anos 1980.

A apresentadora, que defende a aprovação da lei, estava sentada à mesa da comissão e, no momento da declaração, fez um gesto de coração com as mãos.

O deputado fazia referência ao filme erótico "Amor Estranho Amor", de 1982, em que Xuxa contracena com um garoto de 12 anos.

"A conhecida rainha dos baixinhos protagonizou em 1982 a maior violência contra as crianças quando fez um filme pornô", disse o deputado.

Após a declaração, o PSB na Câmara destituiu Pastor Eurico da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Em nota, o líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque (RS), disse que o deputado se pronunciou de forma "intolerante, desrespeitosa e desnecessariamente agressiva" em relação à Xuxa.

"Não me arrependo do que eu disse. Tenho imunidade parlamentar para falar o que eu quiser", afirmou Pastor Eurico à Folha. "O Estado é laico, mas nosso Brasil é um país cristão e as famílias ainda defendem a moral", disse.

A apresentadora não quis comentar o episódio. Há anos, Xuxa trava batalha judicial para impedir a circulação do filme erótico e de imagens na internet nas quais ela aparece nua.

APROVAÇÃO

Após três horas de discussão, o projeto foi aprovado pela comissão e agora segue para votação no Senado.

A proposta foi enviada ao Congresso pelo Executivo em 2010. Aguardava a análise da comissão havia dois anos, por pressão da bancada evangélica --que reclamava de interferência no direito de os pais educarem seus filhos.

O texto aprovado prevê o direito à educação sem "o uso do castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto".


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