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Número de casos de dengue em SP é o maior em 5 anos
Registros de 2014 na capital já superam os de todo o ano de 2010, recorde anterior
Prefeitura confirma mais uma morte pela doença, aumentando para cinco o total de óbitos na cidade
Os casos de dengue na cidade de São Paulo em 2014 já ultrapassaram o total de todo o ano de 2010, recorde anterior de registros da doença nos últimos cinco anos.
Os dados foram divulgados nesta quinta (22) pela prefeitura, que confirmou ainda mais uma morte causada pela dengue. Agora, são cinco óbitos neste ano.
Segundo o balanço, 6.005 pessoas foram infectadas pelo vírus na cidade, um aumento de quase 1.000 casos confirmados em uma semana --no dia 14, eram 5.093. Em 2010, foram 5.866 registros da doença.
A morte confirmada é uma mulher de 33 anos, que morava na Capela do Socorro, na zona sul, e morreu em 24 de abril. A primeira vítima constatada foi de um garoto de 6 anos, morador de uma favela do Jaguaré. As demais também morreram em abril.
As notificações continuam a crescer. Em relação à última semana, o aumento foi de 17,9%. No boletim anterior, a alta havia sido de 13%. Apesar de maior, o índice atual está dentro da faixa esperada.
O distrito que tem mais pessoas com dengue ainda é o Jaguaré, que soma 844 casos, seguido do Rio Pequeno, com 425. Este último teve aumento de 23,2% em relação ao último balanço, ultrapassando a Lapa (365). Todos os três ficam na zona oeste.
Na última semana, mais um distrito teve registros superiores aos cem casos: a Brasilândia, na zona norte. No dia 14, a área tinha 89 pessoas com o vírus; agora, são 116. Ao todo, 13 distritos têm mais de cem registros.
O ciclo da dengue no país ocorre sempre no verão. Neste ano, devido ao atraso das chuvas, esse período deve terminar no final de junho.
"A história natural do vetor indica que na sequência desse crescimento estável começa a queda no número de registros", diz o infectologista Artur Timerman, que estuda dengue há dez anos.
No Estado, o último balanço aponta 54.423 casos confirmados, 68% a menos do que no mesmo período de 2013.
FAMÍLIA DENGUE
Na casa de Roseli Bonizzi Valentim, 47, na Lapa, quase todo mundo pegou dengue. "Só escapou meu marido", diz. Além dela, os filhos, de 17 e 19 anos, adoeceram --um deles, com dengue hemorrágica.
"Fiquei internado por uma semana, com uma contagem muito baixa de plaquetas. Senti muita moleza e muita tontura", conta André, 17.
Após vistorias de agentes de saúde, descobriu-se que a casa de uma vizinha tinha foco do mosquito. "O pior é quando a doença vem do vizinho, porque você não tem muito o que fazer", afirma Roseli.
