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Unesco lança guia sobre sexo para educadores

Cartilha inclui temas como união homoafetiva e diferenças de gênero

Material inclui crianças a partir dos 5 anos; no Brasil, temática costuma ser abordada no ensino médio

JOHANNA NUBLAT FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA

A Unesco (braço das Nações Unidas) acaba de lançar um guia para os professores brasileiros sobre como abordar a temática da educação sexual com seus alunos.

O documento, com foco em crianças e jovens de 5 a 18 anos, vai além do uso da camisinha: fala do respeito à diversidade das famílias, orientação sexual e de gênero e dos direitos à proteção do corpo.

Com a cartilha, a entidade apresenta uma posição que contrasta com os recuos políticos do governo federal na área, ocorridos sempre após a pressão de religiosos.

Em 2011, a presidente Dilma Rousseff vetou o chamado "kit gay", material anti-homofobia que seria distribuído pelo Ministério da Educação à rede pública de ensino.

Dois anos depois, o Ministério da Saúde suspendeu a distribuição de histórias em quadrinho sobre educação sexual, anunciadas em 2010 em parceria com a Unesco.

Paralelamente, a bancada religiosa também vem obtendo vitória no Congresso com o texto do PNE (Plano Nacional de Educação), que não faz menção à promoção da igualdade de gênero entre as desigualdades a serem abordadas em aula. O PNE depende de votação na Câmara.

O guia lançado pela Unesco há uma semana foi adaptado para o Brasil de diretrizes internacionais de 2009 --a versão nacional contou com debates entre professores e técnicos de saúde.

Para alunos de 5 a 8 anos, é possível trabalhar com o conceito de que há diferentes tipos de famílias e que todas devem ser reconhecidas.

Entre 9 e 12 anos, detalha-se tipos de família: nuclear, homoafetiva, com madrastas e padrastos, entre outras.

Para Mariana Braga, oficial da Unesco, a inovação está em tratar o tema com crianças pequenas. "O Estado brasileiro não está unificado nessa proposta, a maioria acredita que é preciso trabalhar com isso no ensino médio."

Para Toni Reis, secretário da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), o tema é abordado de forma conservadora no país.

"A sexualidade ainda é tratada como fonte de problemas. Se não se proteger, engravida'. Não é uma educação sexual libertadora."

Procurados, os ministérios da Educação e da Saúde não se manifestaram. Em 2011, ao barrar o "kit gay", Dilma alegou que não é papel do governo interferir na vida privada das pessoas e que o material não era uma "defesa de práticas não homofóbicas".

Já em 2013, o então ministro Alexandre Padilha (Saúde) afirmou que os quadrinhos, feitos na gestão anterior da pasta, seriam reavaliados por sua equipe.

SÃO PAULO

Beto acompanha a namorada no pré-natal, Mariana sofre bullying por andar de skate e Tiago é gay.

Esses são alguns personagens de um jogo da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo usado desde 2013 com o objetivo de debater o tema no ensino médio.

Aos alunos, cabe elaborar o desenrolar das histórias.


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