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Magnólia Rosa (1922 - 2014)

Uma mulher independente

FABRÍCIO LOBEL DE SÃO PAULO

Na década de 1940, em Frutal, município do interior de Minas que hoje tem 56 mil habitantes, Magnólia Rosa era a sensação da cidade. Uma mulher linda, vestida com roupas extravagantes e que se metia a falar sobre cinema, música e literatura com os homens.

Falava palavrão e não ligava para o que os outros pensavam. Pior, gostava ainda de escrever poemas. Era um verdadeiro escândalo para as moças que se dedicavam a ser recatadas donas de casa.

Por isso, Magnólia sentia que não cabia em sua cidade. E, mesmo tendo marido, quatro filhos e 26 anos, deixou tudo para trás e morar sozinha em São Paulo, onde foi professora e editou revistas.

Ficou na capital paulista por três décadas. As memórias desse tempo foram registradas no livro "Eu Deveria Chamar-me Escolástica". Nele, relata as noites de frio em seu modesto apartamento.

De volta a Frutal, dedicou-se à literatura. Tinha uma enorme coleção de recortes de textos, além de cadernos em que escrevia sobre tudo: de crônicas a receitas de culinária. Não raro, a já idosa Magnólia acordava de madrugada para escrever.

Cheia de amigos, era vista pela cidade sempre bem vestida e maquiada.

Em festas, sorria, cantava e dançava. Em casa, constantemente cantarolava cirandas de criança e músicas do cantor Agnaldo Rayol.

Morreu no domingo (25), aos 92, de pneumonia. Por ser devota de Nossa Senhora Aparecida, a família organizará uma missa no domingo, na igreja matriz de Frutal.


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