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Com escola em greve, mães deixam trabalho

Paralisação dos professores municipais já dura 40 dias; famílias têm gastos extras com crianças sem merenda

Gestão Haddad (PT) deu reajuste de 13,45% aos professores; sindicato cobra incorporação de abono ao salário

DE SÃO PAULO

A balconista Débora Gervásio, 35, incorporou uma nova rotina diária no último mês: ir até a escola da filha checar se as aulas recomeçaram.

A greve dos funcionários das escolas municipais da cidade de São Paulo já se arrasta desde 23 de abril. No período, Débora parou de trabalhar para cuidar da filha de quatro anos.

Como nem todos os professores pararam na unidade onde a menina estuda, a Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) do CEU Vila Rubi, na zona sul da capital, todos os dias é afixado no portão um cartaz com as classes que terão aula.

Na última sexta-feira (30), Débora era uma das mães no portão da unidade. Novamente não encontrou a sala da filha entre as que voltaram a ter aulas.

"Já comprei até uma lousa para continuar ensinando as coisas que ela estava aprendendo na escola", conta a balconista.

Como ela fazia bico em uma lanchonete, espera conseguir retornar ao trabalho quando a vida voltar ao normal. Já a vendedora Rafaela da Silva, 24, não tem tanta certeza disso.

Ela também deixou de ir ao trabalho, em uma loja, para cuidar do filho de quatro anos."Estou faltando. Tenho até medo de ser demitida quando voltar", diz.

O fato de as crianças ficaram sem merenda acarreta em gastos extras. É o que relata a dona de casa Ana Lúcia Alves, 58, que trabalha tomando conta de quatro crianças do bairro.

"Como agora eles ficam em casa, tenho de dar almoço e café. Sai do meu bolso", diz.

Outra reclamação da população é a respeito da falta de informação. Como há oscilação da paralisação, a escola coloca um aviso na porta com os números das salas que terão aula.

Carlos Alberto Moreira, 45, que trabalha com uma van levando as crianças, afirma que já teve de devolver vários estudantes em casa. "Os pais ligam e não conseguem informação. Chega aqui e não tem aula", diz ele, que adquiriu o hábito de fotografar os cartazes para mostrar aos pais.

NEGOCIAÇÃO

A gestão Fernando Haddad (PT) concedeu reajuste de 13,45% a todos os professores. Além disso, houve abono de 15,38% especificamente para os professores que ganham o piso.

O Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo) cobra a incorporação do abono ao salário, o que está sendo negociado.

Em 2010, o piso dos professores com nível superior para 40 horas semanais (25 em aula e 15 para demais atividades) era de R$ 2.292,17. Agora, segundo a prefeitura, passa a ser de R$ 3.000. O aumento é de 30,9%, perante uma inflação acumulada até abril de 26,4%.


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