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José Alves de Matos (1917-2014)

'Vinte e Cinco', último cangaceiro de Lampião

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

O dia 25 de dezembro de 1933 marcou profundamente a vida de José. Foi quando ele deixou de ser um simples civil para se tornar cangaceiro.

A data ainda lhe renderia o apelido que o acompanhou até a morte: "Vinte e Cinco".

Ao lado de outros sete familiares e de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, participou de incontáveis confrontos. Dizia que, ao começo de cada batalha, sempre passava por sua cabeça que aquele poderia ser seu último dia.

Tornou-se homem de confiança de Lampião, sendo escolhido para cuidar da segurança de Maria Bonita.

Só não morreu junto com o "rei" do cangaço, a mulher dele e alguns companheiros, em uma emboscada armada por soldados no dia 28 de julho de 1938, porque ele e outro cangaceiro receberam a tarefa de conseguir mais munição para o bando.

Depois de certo tempo foragidos, os dois decidiram se entregar. Na prisão, Vinte e Cinco aprendeu a ler e escrever. Ao sair de trás das grades, tornou-se guarda municipal.

Até uns 15 anos atrás, não comentava fora de casa nada sobre seu passado, que quase o fez perder o emprego na Guarda Municipal. Após o episódio, prestou concurso para o Tribunal Regional Eleitoral, pelo qual se aposentou.

Prezava o estudo dos seis filhos e também incentivou Mariza, sua companheira por 55 anos, a se tornar enfermeira.

Invencível nos jogos de baralho, adorava receber os amigos, com quem passava horas disputando partidas.

Morreu no domingo (15), de insuficiência respiratória, aos 97. Era o último cangaceiro vivo. Além da viúva e dos filhos, deixa 14 netos e 12 bisnetos.


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