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Cotidiano

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Para especialistas, falta de investigação alimenta violência

DE SÃO PAULO

O baixo índice de investigação de roubos contribui para o aumento da criminalidade e da sensação de insegurança da população, dizem especialistas ouvidos pela reportagem.

"A possibilidade de o autor de um crime vir a ser surpreendido, investigado e condenado é baixa", afirma o sociólogo Sérgio Adorno, coordenador do NEV (Núcleo de Estudos de Violência) da USP.

"Com isso, o lucro acaba sendo maior do que a perda [para o criminoso]."

Para o advogado criminal e professor de direito da FGV Theo Dias, uma melhor organização das investigações policiais poderia contribuir para prevenir novos crimes.

"Uma análise dos casos de roubo com identificação de padrões, como semelhanças geográficas e de horários, permitiria elaborar uma política preventiva melhor", afirma.

SELETIVIDADE

De acordo com Adorno, além de a falta de efetivo policial resultar em baixos índices de investigação, há uma característica cultural da instituição de priorizar determinados casos em detrimento de outros.

"Todo o esforço da Polícia Civil é feito no sentido de esclarecer aquilo que está à vista. O que envolve investigação mais demorada, como coleta de indícios para elaboração de provas técnicas, é tornado secundário."

O delegado Jésus Barreto, chefe-adjunto da Polícia Civil de Minas Gerais, afirma que os critérios para investigar nem sempre são claros.

"Sabemos que há uma seletividade [na instauração de inquérito] orientada pela pressão de quem foi vítima, pelo patrimônio e pela repercussão midiática", diz ele, que também é membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.


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