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Vítima tem que detalhar roubo para justificar inquérito, diz delegado

Chefe da Polícia Civil afirma que assaltados devem informar características da ação e de criminosos

Segundo Blazeck, investigação formal pode apurar mais de um roubo e ajudar a esclarecer outros casos

DE SÃO PAULO

A abertura de um inquérito pela Polícia Civil de São Paulo para investigar um crime de roubo vai depender muito dos detalhes fornecidos pela vítima do crime.

"Preciso saber quais as características dessa pessoa [criminoso], tipo de material [armamento], modus operandi [forma de atuação]. A vítima tem que ser um facilitador", diz Luiz Mauricio Blazeck, delegado-geral da Polícia Civil, ao elencar alguns elementos necessários para abrir investigação formal.

Nesta segunda-feira (23), a Folha revelou que, de cada dez boletins de ocorrência de roubo no Estado, a polícia abre apenas um inquérito.

O governo diz serem necessários "elementos mínimos". Mas, segundo Blazeck, há também apurações independentes desse procedimento formal e, principalmente em delegacias especializadas, um inquérito pode investigar mais de um caso de roubo:

Folha - Para que serve um boletim de ocorrência se a polícia não investiga formalmente [com abertura de inquérito]?

Luiz Mauricio Blazeck - Serve justamente para buscar elementos de ações criminosas, de quadrilhas e de pessoas que estão executando aquele tipo de delito. Se a gente não faz, como vou saber que naquela área, naquele local e naquele horário ocorre um delito? O registro serve de ferramenta para que outras instituições saibam a maior incidência de crime.

O cidadão vai à delegacia com a expectativa de que seu caso seja investigado. Ele pode esperar isso da polícia?

A Polícia Civil tem obrigação de investigar. Isso não significa que vamos ter condições de esclarecer tudo aquilo que é investigado.

Não significa que um boletim de ocorrência sem elementos não vai ser investigado, mas aquele que tem maior riqueza de detalhes vai ser priorizado porque ele me traz mais elementos e pode esclarecer outros casos.

Os dados não trazem descrédito para a Polícia Civil?

Não falo em questão de descrédito. O que eu tenho que fazer e me empenhar é para que esses índices sejam melhores. Eu tenho que buscar recursos e condições para aprimorar a investigação.

Quando os números não são satisfatórios, temos que buscar números melhores.

Estamos trabalhando, mesmo que os índices não sejam favoráveis, com o limite dos nossos recursos e lutando para que eles sejam ampliados, não só [recursos] humanos, mas os outros.

Quais são os elementos mínimos e critérios que a autoridade policial utiliza para abrir inquérito no caso de roubo?

Tem que ter elementos que pelo menos deem um start' na investigação. Preciso saber num caso de roubo quais as características dessa pessoa [criminoso], tipo de material, modus operandi. A vítima tem que ser um facilitador. Nós dependemos dos dados que a vítima traz para acelerar essa investigação.

Há casos em que a vítima não traz nenhum elemento.

Não posso instaurar um inquérito se não tiver o mínimo de elementos possíveis. Se eu já tenho 700 inquéritos por escrivão policial em média, eu não posso instaurar inquéritos por instaurar.


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