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São Paulo registra mais 2 mortes, e dengue prossegue no inverno

Cidade já soma 12.531 casos, mais que o dobro do último surto, em 2010, com 5.866 registros

Mosquito tem se reproduzido mesmo em temperaturas mais baixas do que as registradas no verão

CLÁUDIA COLLUCCI ARETHA YARAK DE SÃO PAULO

A cidade de São Paulo confirmou nesta quinta (26) mais duas mortes por dengue, totalizando dez no ano. Em 2013, houve duas mortes.

As vítimas são uma mulher de 75 anos, que morava na República, na região central, e uma adolescente de 14 anos, do Limão, na zona norte. Ambas morreram em abril.

A capital já tem 12.531 casos, mais que o dobro do último surto, em 2010, quando houve 5.866 registros.

Nas últimas semanas, as novas confirmações estão num ritmo menor, o que indica uma tendência de queda.

Mas os casos devem continuar mesmo no inverno, ainda que em menor proporção.

Segundo o assessor técnico da Coordenação de Vigilância em Saúde José Olímpio Moura de Albuquerque, nessa estação o normal era que houvesse a interrupção de casos, mas nos últimos anos não há mais esse período de paralisação.

Em 2013, no começo de julho o maior número de casos foi dez por semana. Depois, oscilou entre três e seis, confirmando que a transmissão não cessa, apesar de sofrer uma grande redução.

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS

O biólogo Christian Villabona explica que, se durante os meses de inverno houver chuva ou armazenamento inadequado de água, associado a uma temperatura mínima elevada (em torno de 18°C), haverá condições favoráveis para a reprodução do mosquito. "Especialmente se isso acontece em grandes centros e/ou com muita circulação de pessoas."

Os ovos do Aedes aegypti podem ficar viáveis por até seis meses, mesmo em baixas temperaturas, segundo Paolo Zanotto, professor do Instituto de Ciências Biológicas da USP. "Aí é só a temperatura elevar um pouco, passar de 15°C, e ter alguma umidade que o ovo eclode", afirma.

Embora a temperatura ideal para que o mosquito prolifere seja acima de 22°C, casos no Sul do país mostraram que ele está conseguindo viver e se reproduzir em temperaturas mais baixas.

Como é doméstico, o Aedes fica dentro das casas, onde se protege do frio. "O fato de haver picos de calor durante o inverno também facilita a reprodução do mosquito e a transmissão da doença", explica Zanotto.

VERÃO QUENTE

Um verão mais quente faz com que o ciclo reprodutivo do mosquito seja curto.

Uma revisão de 200 estudos publicada na revista científica "PLoS ONE" mostra que, em temperaturas mais altas, o período de incubação dos ovos diminui: a 25°C, a média é de 15 dias; acima de 30°C, cai para cinco dias.

Segundo Zanotto, a população de Aedes está aumentando a sua eficiência reprodutiva. Uma das hipóteses é a seleção de mosquitos que conseguiram se adaptar às condições ambientais.

"Mas quem dá as maiores condições para que isso aconteça é o próprio homem, com o aquecimento global, o adensamento populacional, os reservatórios de águas."


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