Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Foco

Com fogão industrial, sem-teto cozinham e fazem fila na calçada

ANA KREPP DE SÃO PAULO

Uma fila se forma às 12h30 em frente à Câmara Municipal de São Paulo. Crianças, mulheres e homens, nessa ordem, aguardam o início do almoço, com prato, copo e talheres nas mãos.

Acampados ali desde terça-feira (24), cerca de 300 sem-teto afirmam que só vão embora após os vereadores aprovarem o Plano Diretor, conjunto de normas que definirá o crescimento da cidade nos próximos 16 anos.

Eles saem da fila com o prato de arroz, feijão e mistura. A de ontem (26/6) era salsicha com molho vermelho. Repetir pode, mas só depois que todos já tiverem se servido.

Um fogão industrial de seis bocas foi instalado sobre a calçada. Nele, tachos cheios até as tampas. Louças são lavadas em bacias, com água dada por postos de gasolina e obras do entorno.

Assim preparam e servem três refeições diárias. "Aqui, dormimos pouco ou quase nada. Mas quem vem já vem preparado, sabe que é trabalho o tempo todo", diz Norma Moreira, 39, voluntária na cozinha nesta quinta (26).

O café da manhã é às 8h --500 pães e 250 litros de café puro. Às 9h30, há uma assembleia geral, na qual são estabelecidos os compromissos do dia.

"Vários pediram licença no trabalho para estar aqui. A maioria dos patrões compreende", diz o serralheiro Claudir, que mora de aluguel na zona sul e milita no movimento há quatro anos.

À tarde, parte dos sem-teto acompanha as plenárias da Câmara. Outros se revezam para voltar para casa, tomar banho e descansar.

Alguns, porém, permanecem na porta do Legislativo e encararam ali mesmo um banho de água fria --com a mangueira emprestada de uma construção vizinha.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página