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Sem-teto agora faz ato contra telefonia e mira crise da água

MTST muda estratégia, invade Anatel e protesta em frente a empresas de celular

Ato reclama de tarifa e sinal fraco na periferia; manifestantes acampam em sede de construtora, que fala em ir à Justiça

REYNALDO TUROLLO JR. FELIPE SOUZA DE SÃO PAULO

Numa mudança de estratégia, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) fez protestos simultâneos nesta quarta (16) em São Paulo contra serviços de telefonia celular e prometeu novos atos contra o reajuste das tarifas de luz e a crise de abastecimento de água no Estado.

Pela manhã, integrantes de vários acampamentos da cidade invadiram a superintendência da Anatel (agência reguladora) e marcharam até as sedes das operadoras TIM, Oi e Claro para reclamar das tarifas altas e da falta de sinal em bairros da periferia.

O coordenador dos sem-teto, Guilherme Boulos, afirmou que não houve mudança de foco. "O MTST nunca foi um movimento exclusivo de luta por moradia, mas que defende serviços de qualidade."

A única confusão registrada foi na Claro. Militantes tentaram invadir o prédio e foram impedidos por seguranças e PMs. Boulos disse que o tumulto começou após os seguranças apontarem armas. A Claro não comentou.

Na sede da Anatel e nas outras empresas, a PM acompanhou sem intervir. Em todos os locais, os sem-teto foram atendidos por funcionários que ouviram suas demandas.

"Se acham que a gente vai se contentar só com nossa casa, estão enganados. Queremos transporte público de qualidade, telefonia e não aceitamos pagar caro, não", disse Josué Rocha, um dos coordenadores do grupo. Ele se reuniu com um representante da Anatel, que prometeu fiscalizar bairros onde o sinal é apontado como crítico.

O MTST reivindicou mais antenas e investimentos, além de melhor qualidade do atendimento a reclamações. Pediu ainda a reestatização das telecomunicações.

A privatização foi feita no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na década de 1990. O MTST tem boa interlocução no governo Dilma (PT), mas nega ter ligação política com o partido.

À tarde, após deixarem as operadoras, cerca de mil sem-teto invadiram a sede da construtora Even, na zona oeste, dona de um terreno no Morumbi invadido em junho. O motivo, disse o grupo, é que a empresa pediu à Justiça a reintegração de posse da área.

Até a conclusão desta edição, os sem-teto continuavam no pátio da construtora, após se reunirem com a empresa.

A Even afirmou que a invasão foi "violenta" e que "confia na Justiça para garantir o direito à propriedade".

Nos próximos dias, o MTST pretende mirar na Sabesp (companhia de água) e criticar a administração da crise da água pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB).


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