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Cotidiano

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Esvaziamento de lago em Minas espanta turistas

Falta d'água prejudica também pesca; sem hóspedes, hotéis podem fechar

Muito visitada por paulistas, região de represa no sul de Minas tem prejuízo estimado em R$ 30 milhões

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

A seca prolongada deste ano tem afetado a cultura de peixes e o turismo nos arredores do lago de Furnas, que já chegou a ser apelidado de "mar de Minas". A região amarga prejuízo recorde estimado em R$ 30 milhões. Hotéis ameaçam fechar.

A represa atingiu o pior nível para esta época dos últimos 13 anos: está 10,75 metros abaixo da capacidade máxima, de acordo com Fausto Costa, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Lago de Furnas.

Segundo ele, a seca prejudica o turismo, já que o lago banha 34 municípios do sul de Minas, além de impactar economicamente outras 16 cidades. A região é refúgio de paulistas nos fins de semana.

O comitê estima que houve cerca de mil demissões em hotéis, pousadas e restaurantes.

As localidades banhadas por Furnas têm áreas de camping, pesqueiros, passeios em trilhas e em motos aquáticas, lanchas e barcos.

Dona do Porto Fazenda Hotel, um dos mais tradicionais, a empresária Valéria Barbosa, 62, afirma que reduziu em 50% o número de funcionários devido à seca.

Segundo ela, esta é a pior crise que enfrenta em 25 anos. "Se não melhorar, devo fechar o hotel. Não tem outra alternativa", diz. Na última semana, apenas um dos 52 quartos estava ocupado.

O problema também é enfrentado por Fábio dos Anjos Couto, 43, proprietário da Pousada dos Pescadores. "Nunca vivi nada parecido, parece até um pesadelo."

Já Flávio Cavenaghe, 60, proprietário do Hotel Paraíso das Garças, que também fica às margens da represa, diz que registrou queda de 30% no número de clientes.

Ele conta ter se prevenido após a região ter enfrentado uma forte seca em 2001 --ano em que o sistema elétrico ficou à beira de um "apagão".

"O lago reservado para a pesca baixou 13 metros no nível. Investi mais no lazer. Se eu dependesse da pesca, não me sustentaria", diz.

A pesca é outra atividade bastante prejudicada --mais até que o turismo. Com a redução de 50% na pesca em tanque, a estimativa de piscicultores locais é que o prejuízo já chegue a R$ 18 milhões.

"É assustador ver [o nível]. Tive de arranjar bicos para me sustentar. Perdi quase toda a minha produção", afirma Donizete Ramos, 43, que diz pescar no local há 11 anos.

Hoje, há cerca de 500 piscicultores na área, segundo o comitê da bacia hidrográfica. Um deles, Francisco Chagas, 54, diz que a previsão é que em dezembro a situação esteja pior. "Não tem peixe, os restaurantes ficam no prejuízo e os clientes não vêm."


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