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Comissão de crise virá ao Brasil para monitorar a Cruz Vermelha

Equipe ligada à Federação Internacional chegará em setembro após auditoria apontar desvios

Atual direção disse ter enviado às autoridades relatório de apuração; segundo ex-dirigente, há equívoco e confusão

REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO

Uma comissão de crise da Federação Internacional da Cruz Vermelha, composta por representantes de vários países, virá ao Brasil no fim de setembro para acompanhar a implantação de mudanças na Cruz Vermelha Brasileira.

Conforme a Folha revelou nesta sexta (25), uma auditoria internacional mostrou que as doações arrecadadas em 2011 em três campanhas humanitárias foram desviadas, junto com os recursos de uma quarta, de combate à dengue.

O dinheiro foi para aplicações e para a ONG da mãe do ex-vice-presidente da Cruz Vermelha nacional, Anderson Marcelo Choucino. O Instituto Humanus, de São Luís (MA), recebeu R$ 15,8 milhões sem comprovação de serviço prestado, diz a auditoria.

Ao menos R$ 1,8 milhão desse total provinha de campanhas humanitárias. O dinheiro deveria ter ido para vítimas de desastres na Somália, no Japão e no Rio.

A maior parte dos recursos que as dezenas de filiais municipais e estaduais movimentam no país vem de contratos com governos para administrar unidades de saúde.

A atual gestão da Cruz Vermelha nacional (órgão central) afirmou que entregou nesta sexta-feira (25) o relatório da auditoria para o Ministério Público Federal.

Suspeitas de que a instituição no Brasil havia desviado recursos vieram à tona em 2012. A Folha consultou os ministérios públicos federais e estaduais no Rio, onde fica o órgão central, e no Maranhão, para onde o dinheiro foi enviado, mas não conseguiu localizar investigações instauradas de 2012 para cá.

"Estamos cortando na própria carne", disse o coronel Paulo Roberto Costa e Silva, secretário-geral do órgão central. Ele disse que a atual gestão, que assumiu em 2013, quer "recuperar a imagem e a credibilidade da instituição".

A comissão que virá ao Brasil pode, em tese, até descredenciar a Cruz Vermelha no país --o que, segundo Costa e Silva, é uma possibilidade "remota", já que a instituição colaborou com a auditoria.

OUTRO LADO

Choucino, ex-presidente da Cruz Vermelha nacional, disse que a auditoria chegou a resultado "equivocado, confuso e tendencioso", que convém à atual gestão.

Disse ainda que não teve direito de se pronunciar durante a investigação e que os pagamentos ao Humanus decorreram de parceria entre a filial maranhense da Cruz Vermelha e o instituto.


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