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João Luiz Monteiro (1924-2014)

Um peão do pampa gaúcho

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Criado nos pampas, João Luiz Monteiro era um gaúcho na essência, dedicado ao campo e que não gostava de "roupas da cidade". Trabalhando ou a passeio, vestia sempre botas, bombacha e chapéu.

Figura conhecida em Uruguaiana, na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, fazia questão de todos os anos participar --simpático e sorridente-- dos desfiles da Semana Farroupilha, que relembra os ideais da Guerra dos Farrapos (1835-45).

Cultivava também outros hábitos tradicionais da cultura gaúcha, como tomar chimarrão, assar um churrasco na brasa e dançar uma "bailanta". Quando jovem, era frequentador assíduo dos bailes do CTG (Centro de Tradições Gaúchas) da cidade.

Acordava ainda de madrugada, antes das 6h, para cuidar dos cavalos da estância Nazareth, onde passou a maior parte da vida. Domava, tosava e fazia o que mais precisasse no trato dos animais.

Tinha uma relação próxima com os cavalos. Quem o via conversando com os bichos podia jurar que eles entendiam o que o peão falava.

O mesmo acontecia com os cachorros --ou cuscos, como lá são chamados. Bastava João dar uma olhada que os cães já sabiam o que ele queria dizer.

A ironia estava sempre presente nos "causos" que envolviam os companheiros de lida. Se algum deles protagonizasse uma história engraçada, ele certamente lembraria com riqueza de detalhes --e umas pitadas de sarcasmo.

Morreu no dia 4, aos 90 anos, de problemas de saúde causados pela idade. Viúvo de Emília, deixa o filho, Luiz, dois netos e três bisnetos.


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