Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Governo quer 'padrão Copa' na segurança
Para o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), objetivo é manter a integração entre as polícias feita no Mundial
Fórum de segurança pública, que chega à oitava edição em São Paulo, discute legado do torneio para a área
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira (30) que os governos precisam manter o padrão da Copa de segurança pública, com maior integração entre as forças --como as polícias civil, militar, federal e Forças Armadas.
"A Copa mostrou que é possível todas as forças trabalharem de maneira integrada. Nós não podemos perder isso, [que foi] uma mudança de paradigma de segurança pública. Na Copa, nós passamos dois anos preparando o sistema de segurança, e posso dizer que não foi fácil."
O ministro participou do 8º encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado em São Paulo pela entidade em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas) e com a Folha.
Segundo Cardozo, o projeto do ministério é utilizar os centros de comando integrado, instalados pelo governo federal nas 12 cidades-sede da Copa, para realizar operações integradas de combate ao crime e de patrulhamento das fronteiras, por exemplo.
Quatro Estados cujas capitais sediaram o evento fazem fronteira com países vizinhos --Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Amazonas.
MANIFESTAÇÕES
O ministro disse que tentou criar, em conjunto com os governos estaduais, um protocolo comum para a atuação da Polícia Militar durante protestos, mas enfrentou resistências de alguns Estados --ele não mencionou quais.
Nesse protocolo, estariam princípios como o uso progressivo da força contra os manifestantes e outras ações para evitar o abuso de poder.
Questionado sobre as prisões de manifestantes no Rio e em São Paulo, Cardozo respondeu que, num Estado de Direito, cabe ao Judiciário determinar se as provas são suficientes para incriminá-los.
Cardozo ainda criticou o sistema prisional, um "sistema medieval" que "alimenta a criminalidade e é um fornecedor de mão de obra criminosa", mas defendeu a construção de mais presídios para suprir o deficit de vagas.
Nesta edição, o encontro anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública discute assuntos considerados estratégicos como articulação de políticas de planejamento de segurança, justiça penal, prevenção de delitos e o legado da Copa para a segurança.