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Professores da Unicamp suspendem greve
Decisão ocorreu após categoria aceitar abono de 21% sobre o salário de julho proposto pela reitoria da universidade
Servidores técnico-administrativos mantêm a paralisação; docentes podem voltar a parar em setembro
Após 66 dias de greve, os professores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) suspenderam a paralisação da categoria nesta quinta-feira (31), após aceitarem a proposta da reitoria de conceder um abono de 21% sobre o salário de julho.
A decisão foi tomada em assembleia da Adunicamp (associação dos docentes). "Lamentamos a decisão, porque o movimento unificado é mais forte, mas a greve continua sem a Adunicamp", diz Iuriatan Muniz, diretor do STU (sindicato dos trabalhadores).
Na manhã desta quinta (31), representantes dos servidores técnico-administrativos decidiram manter a greve.
Com o retorno dos professores às salas, o mês de agosto será destinado à reposição das aulas do primeiro semestre letivo, que ainda não terminou. Alguns cursos têm atraso de quase 30 dias. O segundo semestre letivo deve começar em 1º de setembro.
Na quarta-feira (30), a Unicamp havia decidido adiar o início das aulas, previsto para segunda-feira (4), porque cerca de 25% das notas e frequências dos alunos não tinham sido inseridas no sistema da universidade.
Segundo a Adunicamp, há chance de a greve ser retomada em setembro caso o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais de SP) não ofereça nenhum reajuste aos funcionários.
Professores e servidores de USP, Unesp e Unicamp pedem 9,78% de aumento salarial, mas as universidades não querem atender à demanda neste ano.
As três instituições têm mais de 90% do orçamento comprometido com folha de pagamento, nível acima do recomendado para uma gestão responsável, diz o Cruesp.
A próxima rodada de negociações com o conselho está marcada para 1º de setembro, mas o sindicato de trabalhadores diz querer antecipá-la para os próximos dias.
A Unicamp tem atualmente 1.739 professores, 7.878 servidores e 41 mil alunos.