Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Para Contardo, filhos têm direito de mentir

Psicanalista diz que pais não devem se intrometer na vida sexual dos adolescentes

FERNANDA REIS ROBERTO DE OLIVEIRA ENVIADOS ESPECIAIS A PARATY

O melhor que pais podem fazer é não se intrometer na vida sexual dos filhos adolescentes, disse nesta sexta (1º) o psicanalista e colunista da Folha Contardo Calligaris, para a plateia que lotou a Casa Folha, em Paraty.

"A melhor coisa, em geral, é não fazer nada. Quando a gente faz um escândalo parece babaca. É péssimo. Ninguém merece um pai babaca."

O público interagiu com o convidado antes mesmo do espaço para perguntas. Calligaris respondeu a tudo.

"Os adolescentes hoje veem coisas que a minha geração só viu depois dos 20 anos num filme francês em branco e preto num projetor que quebrava a cada três minutos. E hoje eles ainda podem aumentar a tela!"

Calligaris defende que filhos escondam coisas dos pais. "Mentir é um direito da criança. Essa coisa de forçá-la a falar é tortura organizada."

O sexo, em suas palavras, não tem nada de natural. "É um evento cultural. Quanto mais cultura você tiver, mais vai se divertir. Pensem nisso quando tiverem preguiça de ler", falou, provocando risos.

Segundo Calligaris, o desejo das pessoas não tem uma essência e se desloca constantemente. "O capitalismo vive disso. Se houvesse um desejo fundamental ele acabaria."

Após digressões --que incluíram até a mudança do italiano Calligaris para o Brasil--, a conversa se encerrou no ponto em que começou: a vida sexual dos adolescentes.

"Acho péssimo quando jovens levam vida de casal na casa dos pais. Tem adolescente que não sabe o que é transar no carro. Isso é uma arte."

PLANETA ÁGUA

A Casa Folha também reuniu o cantor Guilherme Arantes e o crítico André Barcinski, no lançamento do livro "Pavões Misteriosos", da Três Estrelas, editora do Grupo Folha.

O bate-papo foi intercalado por hits. Arantes, 61, fez a plateia cantar "Planeta Água", dos anos 1980. Arrancou risos ao trocar para o passado verbos da música: "Águas que banhavam aldeias e matavam a sede da população", numa referência ao problema de abastecimento em São Paulo.

Ele defendeu o funk ao responder uma pergunta. "Uma das coisas mais importantes da música é promover o rito. O que a Valesca Popozuda faz é provocar um ritual", disse.

Para o delírio final do público, cantou "Amanhã".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página