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Análise

NY enfrentou protestos, mas tinha metrô e trens eficientes

Seis anos após instalação de ciclovias, 64% dos nova-iorquinos as aprovavam

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES DE NOVA YORK

Protestos contra a implantação de ciclovias não são exclusividade de São Paulo. A cidade de Nova York, que se tornou um exemplo da adoção de faixas para ciclistas em grandes metrópoles, também enfrentou resistências e conflitos. Associações de bairros, usuários de automóveis e taxistas foram os principais focos de resistência ao programa da ex-diretora do Departamento de Transportes Jannete Sadik-Khan.

Durante os seis anos de sua gestão, de 2007 a 2013, ela mudou a face da cidade. Implantou 450 quilômetros de caminhos para bicicletas, fechou a Times Square para a circulação de veículos e "roubou" espaço de ruas para as chamadas "plazas" --locais de convivência, com mesinhas, cadeiras, guarda-sóis e quiosques de alimentação.

Com base em experiências europeias, Nova York realizou estudos e investiu em sinalização e redesenho de traçados para receber a novidade. Nas principais avenidas, as ciclovias, fisicamente protegidas, foram demarcadas junto às calçadas, passando-se o estacionamento para uma faixa interna das vias --o que cria uma "barreira" de proteção aos ciclistas.

Motoristas perderam um corredor de circulação, mas mantiveram a possibilidade de estacionar nas avenidas.

Além das ciclovias, ciclofaixas (sem segregação física) foram demarcadas em vias menos movimentadas. Em geral correm por dentro da rua, ao lado da faixa de estacionamento de carros, que permaneceu junto às calçadas. O motorista pode atravessar a ciclofaixa para estacionar e para sair.

A onda de queixas já passou. Pesquisa do jornal "The New York Times" mostrou, no ano passado, que 64% dos nova-iorquinos concordavam com as ciclovias e 72% apoiavam as áreas de convivência.

Em relação a São Paulo, porém, Nova York partiu com uma grande vantagem: a infraestrutura de mobilidade preexistente, com metrô, trens e ônibus que funcionam --além de opções fluviais.

Por fim, o prefeito que bancou a encrenca era um renomado representante da "elite branca", que chegou ao poder pelo Partido Republicano: o magnata Michael Bloomberg, que às vezes tirava onda de --muito elegantemente-- ir trabalhar de metrô.


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