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Solução de crimes contra mulheres esbarra em falta de estrutura em GO

Há casos de laudos não enviados à polícia e demora em autorizações judiciais, diz delegado

Investigação da morte de 15 jovens em Goiânia tem linhas variadas; nenhum dos crimes foi solucionado até agora

JULIANA COISSI ENVIADA ESPECIAL A GOIÂNIA

Crimes cometidos em horários e espaços distintos, falta de imagens do assassino, atraso da perícia e lentidão da Justiça são alguns dos obstáculos citados pela polícia para a elucidação dos 15 assassinatos de mulheres ocorridos em Goiânia neste ano.

Na maioria dos casos da série de crimes que intriga a polícia de Goiás e amedronta a população, um homem armado em uma motocicleta atira na vítima e foge sem levar nada.

Os registros policiais apontam para linhas variadas de investigação. E até agora a polícia não solucionou nenhum crime. As vítimas tinham entre 13 e 29 anos.

Dois suspeitos estão presos preventivamente, mas negam participação nas mortes.

Entre os problemas da investigação estão deficiências na própria estrutura da Secretaria de Segurança Pública do governo Marconi Perillo (PSDB), que enfrenta aumento nas mortes violentas na capital --casos de homicídios dolosos (com intenção) de janeiro a julho cresceram 12,3% em relação ao mesmo período do ano passado e 42,7% em relação a 2011.

DOIS PERITOS

O chefe da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, delegado Murilo Polati Rechinelli, defende haver tecnologia e funcionários capacitados, mas apenas dois peritos de balística para analisar cerca de 4.500 armas por ano encaminhadas por delegacias de todo o Estado.

Entre os 15 casos, há laudos de crimes ocorridos no primeiro semestre que ainda não foram enviados à polícia.

"Se tivéssemos essas respostas alguns meses atrás poderíamos ter dado resposta mais imediata", afirmou.

O delegado já descarta duas hipóteses: não foram 15 assassinos, um para cada vítima, nem somente um criminoso responsável por todos os casos. O que ele vê são semelhanças fortes entre três ou quatro homicídios, que apontariam para um mesmo autor.

EM TODO O PAÍS

Em nota, a Superintendência da Polícia Técnico-Científica admite que há necessidade de reforço na equipe, mas "assim como ocorre em todo o país" --e que seriam sete, e não dois peritos.

Informou ainda que há um processo para contratar 250 peritos criminais, mas somente a partir de 2016.

A força-tarefa de delegados designada para investigar as mortes em série aponta, ainda, a demora da Justiça de Goiás para autorizar alguns pedidos da polícia.

Cita o caso de uma das mulheres, no qual a quebra de sigilo telefônico de um suspeito demorou 30 dias para que fosse concedida.

Quando a autorização saiu, de acordo com os policiais, ela teve pouca utilidade nas investigações.

PRAZO NORMAL

O Tribunal de Justiça de Goiás foi procurado e informou que os juízes entendem não haver excesso de prazo nas respostas às solicitações em relação às mortes investigadas em Goiânia.

Além dos dois suspeitos presos, uma pessoa está foragida --o possível mandante de um dos crimes.

Questionada sobre a existência de outros suspeitos da série de assassinatos, a polícia não respondeu.


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