Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Sabesp pede a cliente caixa-d'água 24 horas

Em carta, estatal orienta consumidor de São Paulo a manter reservatório capaz de abastecer imóvel por um dia

Medida visa evitar problemas 'por ocasião de interrupções'; desde abril, empresa reduz pressão da rede à noite

ARTUR RODRIGUES HELOISA BRENHA DE SÃO PAULO

Em resposta à onda de queixas de falta de água em São Paulo, a Sabesp está mandando cartas a clientes, orientando-os a manter caixas-d'água capazes de abastecer os imóveis por 24 horas.

Segundo a estatal, ter o equipamento do tamanho adequado e corretamente instalado evita "os problemas que poderão ocorrer por ocasião de interrupções no abastecimento", sejam "programadas" ou "emergenciais".

Desde ao menos abril, a Sabesp vem reduzindo em 75% a pressão da água distribuída à noite para aliviar o sistema Cantareira --o principal da Grande São Paulo, em crise desde o início do ano. A medida afeta em especial os moradores de áreas mais altas.

Ao recomendar a instalação de caixas-d'água, a Sabesp cita decreto da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que diz que os reservatórios são obrigatórios em locais de trabalho e em prédios, sem dar mais detalhes.

A norma determina que se sigam os padrões da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para as caixas, que estabelecem que sua capacidade seja suficiente para abastecer o imóvel por um dia, sem contar a reserva contra incêndios.

Segundo o professor de arquitetura do Mackenzie Antonio Eduardo Giansante, é responsabilidade da concessionária fornecer água potável a qualquer imóvel a até 10 metros de altura, sem que este precise ter reservatório.

"Na prática, porém, a caixa-d'água é recomendável a todos, pois, com o crescimento desordenado das cidades, a rede muitas vezes não dá conta de abastecer a população adequadamente", diz.

Ele afirma que reservatórios muito grandes podem dar problemas, pois a água pode fica parada por longos períodos e perde o cloro, que a protege principalmente de bactérias. "O melhor é ter uma caixa-d'água com capacidade para 24 horas e higienizá-la a cada seis meses."

A pedido da Folha, a Sabesp fez simulações com base no consumo médio de clientes. Um casal sem filhos, em que ambos trabalhem fora, gasta em média de 400 litros por dia--e, portanto, deve ter uma caixa-d'água com esta capacidade. Já uma família com dois filhos gasta o dobro.

Um restaurante que atende 200 pessoas no almoço e no jantar consome em média 4.800 litros por dia.

Para saber o consumo diário, basta verificar na conta a quantidade gasta no mês e dividi-la por 30. O resultado será a capacidade indicada para a caixa (veja quadro).

Numa visita técnica da Sabesp, o Espaço Parlapatões, na praça Roosevelt (centro), recebeu carta orientando sobre os reservatórios. "De que adianta entregarem esse ofício bonito e cortarem a água na rua? Não dá para encher a caixa-d'água", diz o administrador Eduardo Carvalho.

A Sabesp diz que a pressão da água na praça é suficiente e está dentro das normas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página