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Governo de SP enviou mais água ao Rio por determinação federal

Estatal compensou vazão após crise da gestão Alckmin com órgãos fluminenses

DE SÃO PAULO

O governo de São Paulo acatou determinação de órgãos federais para liberar mais água ao rio Paraíba do Sul, compensando a vazão do rio que abastece aproximadamente 15 milhões de pessoas --10 milhões delas só no Rio.

A ordem partiu do ONS (Operador Nacional do Sistema), órgão que regula a produção de energia no país, por solicitação da ANA (Agência Nacional de Águas), que gere o uso de recursos hídricos.

Segundo a agência federal, a determinação vem sendo cumprida desde o último dia 9 pela Cesp (Companhia Energética de São Paulo).

Na prática, a restrição ao envio de água ao Paraíba do Sul --que deflagrou uma crise entre a gestão Alckmin (PSDB) e órgãos federais e fluminenses-- durou só três dias.

A estatal paulista libera água ao rio por meio de duas represas: Jaguari e Paraibuna.

No dia 6, a Cesp reduziu a vazão de 30 m³/s para 10 m³/s por meio da Jaguari, descumprindo determinação do ONS.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) chegou a notificar a Cesp para que aumentasse a vazão da represa Jaguari, sob ameaça de sanções como advertência ou multa de até 2% do faturamento anual da companhia.

Após sofrer críticas de que poderia provocar "colapso" no abastecimento de Rio e Vale do Paraíba, no interior paulista, e ter sido ameaçada de punição, a estatal paulista passou a compensar a restrição enviando mais água ao Paraíba do Sul por meio de outra represa, conforme revelou a Folha ontem.

A diferença de 20 m³/s passou a ser compensada pela liberação de água na represa Paraibuna, que deságua no rio Paraíba do Sul. De 61 m³/s, a vazão nesse ponto aumentou para 80 m³/s.

Com isso, a mesma quantidade de água está sendo enviada à bacia --um total de 90 m³/s--, atenuando as interferências no abastecimento de água do Rio.

Segundo o professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Adriano Pires, a compensação também normaliza a produção de energia elétrica ao longo do rio Paraíba do Sul, que deve continuar no mesmo patamar anterior à restrição.

A Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo reconhece ter aumentado a vazão da represa de Paraibuna ao rio, mas que mantém a vazão da represa Jaguari em 10 m³/s para preservar a água para consumo humano, de acordo com lei federal.

Em São Paulo, no entanto, a água da represa Jaguari é usada hoje prioritariamente para a geração de energia, abastecendo diretamente só o município de Santa Isabel (Grande São Paulo), que tem pouco mais de 50 mil habitantes.


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