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Armando Pereira dos Reis Miranda (1923-2014)

Português que não temia o novo

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

O dinâmico português Armando Pereira dos Reis Miranda estava sempre disposto a enfrentar algo novo, independentemente da idade.

Aos 50, por exemplo, foi estudar alemão, e um ano depois já se virava muito bem no idioma. Mais velhinho, aos 80, encarou a academia de ginástica pela primeira vez.

Engenheiro especialista em instalações elétricas, se aventurava também por outras áreas: conseguiu programar sozinho um computador, quando começaram a se popularizar, apenas lendo um manual de computação.

Armando chegou ao Brasil em 1975, um ano após a eclosão da Revolução dos Cravos, que derrubou a ditadura de Salazar e pôs fim à política colonialista de Portugal.

Não conhecia ninguém aqui, mas suas quase três décadas de experiência logo o tornaram referência entre os profissionais brasileiros.

Foi o primeiro engenheiro no país a utilizar a ferragem da fundação dos edifícios no sistema de aterramento e de proteção contra descargas elétricas. É ainda autor de livro e artigos e integrou diversas comissões para elaboração de normas técnicas.

Um tanto fechado, até nas horas de folga estudava conteúdos técnicos. Contestou consagradas teorias, gerando polêmica com os "colegas eletromagnéticos", como dizia.

Adorava doces e era vegetariano "desde sempre", como a mãe. Apesar de não ser religioso, ia à missa com a mulher, Maria Fernanda, pois gostava de ouvir os sermões.

Morreu na quinta (14), aos 91 anos, de problemas causados pela idade. Viúvo desde o ano passado, deixa seis filhos, 16 netos e três bisnetos.


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