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Cotidiano

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Familiares são suspeitos de ajudar Abdelmassih a fugir

Ex-médico usava documento falso e peruca como disfarces no Paraguai

Promotoria grampeou números achados em agenda em fazenda no interior de SP e assim chegou ao esconderijo

ROGÉRIO PAGNAN DE SÃO PAULO REYNALDO TUROLLO JR. ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

Autoridades brasileiras e paraguaias investigam a participação de familiares e políticos no plano de fuga e a manutenção da vida secreta do ex-médico Roger Abdelmassih no Paraguai.

Abdelmassih foi preso nesta terça-feira (19) em Assunção, onde estava escondido desde 2011, quando fugiu após ter prisão decretada pela Justiça. Ele estava com a mulher e dois filhos, que nasceram no Paraguai.

Quando foi preso, não usava nenhum disfarce. Mas costumava vestir peruca para não ser reconhecido e se passava por outra pessoa, Ricardo Galeano, de acordo com documento usado por ele e obtido pela Folha.

Isso afasta a suspeita, inclusive por parte da polícia paulista, de que ele teria fugido para o Líbano em razão de sua dupla cidadania e da falta de acordos de extradição entre os dois países.

Abdelmassih foi condenado em primeira instância a 278 anos de prisão pelo estupro de 37 mulheres de 1995 a 2008. Ele alega inocência.

Segundo o Ministério Público, ele foi localizado a partir de operação desencadeada em Avaré, interior de São Paulo, pelo Gaeco (grupo da Promotoria de combate ao crime organizado) de Bauru, com ajuda da Polícia Civil.

O alvo da operação era uma fazenda de laranjas onde se suspeitava que ele pudesse estar escondido. Ninguém foi encontrado, mas havia objetos de Abdelmassih e da mulher Larissa Sacco, entre eles uma agenda telefônica.

Alguns desses telefones passaram a ser monitorados com autorização judicial, levando os investigadores ao Paraguai e à suspeita de que ao menos cinco pessoas, entre elas familiares, o ajudaram a fugir e a se manter.

CRIMES

Esse grupo pode ser processado pelo crime de favorecimento, que prevê de um a seis meses de detenção. Segundo o Ministério Público, eles também investigados sob a suspeita de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsificação de documentos.

Entre as suspeitas investigadas está a de que o ex-médico, com a ajuda de parentes, transferiu bens seus para terceiros, para evitar que fossem alvo de bloqueio judicial. Os recursos seriam usados para sustentar sua vida de alto padrão no Paraguai.

Os nomes dessas pessoas não foram divulgadas porque a investigação corre em segredo de Justiça.

A localização do ex-médico foi compartilhada com a Polícia Federal que, com ajuda de polícia do Paraguai, conseguiu prendê-lo.


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