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'Eu não saía de casa sem a peruca', diz Abdelmassih

Em conversa divulgada por rádio, ex-médico diz que ideia de fuga foi da mulher e se compara a petista do mensalão

'Se o Genoino pode sair por causa do problema [cardíaco] dele, eu posso também; tenho uma prótese', disse

DE SÃO PAULO

O ex-médico Roger Abdelmassih afirmou nesta quarta (20) que vivia disfarçado, de peruca e óculos, enquanto esteve foragido no Paraguai, de acordo com gravação divulgada pela Rádio Estadão.

"Eu usava peruca. Eu não saía de casa sem a peruca. Com óculos, ficava diferente do que eu era", disse Abdelmassih, em conversas com policiais e um repórter da rádio.

Na gravação, o ex-médico afirma ter sido identificado por uma pessoa de uma igreja --que ele dá a entender ser do local onde ele morava no Paraguai--, após a publicação do rosto de sua mulher, Larissa Sacco, em uma reportagem da revista "Veja".

"Quem me pegou foi o rapaz da Polícia Federal. Diz ele ter informação até da igreja, de uma cliente' da igreja que me viu", disse Abdelmassih.

Segundo ele, foi sua mulher quem teve a ideia da fuga após a ordem de prisão dele ser expedida pela Justiça.

"Daí o Márcio [Thomaz Bastos, um dos advogados dele] falou: Eu acho melhor se entregar'. Minha mulher falou: Não, vamos embora'."

PETISTA

Na gravação, Abdelmassih comparou sua situação com a do ex-presidente do PT José Genoino, condenado por corrupção no julgamento do mensalão e que chegou a ficar em prisão domiciliar devido a problemas cardíacos.

"Se o Genoino pode sair por causa do problema dele, eu posso também. Eu tenho uma prótese. Isso é muito pior. Passei um período difícil. É duro você ser condenado e não existir uma gravação contra você", afirmou.

Após ficar em prisão domiciliar, Genoino voltou para a cadeia em maio após uma junta médica atestar que seu quadro de saúde era estável.

No último dia 12, ele voltou para casa novamente --às vésperas de cumprir um sexto da pena e por ter abatido alguns dias da punição com trabalho no presídio.

PASSAPORTE

Abdelmassih teve a prisão decretada em janeiro de 2011 após ter solicitado a renovação do passaporte. Para a polícia, esse foi um indício de que ele pretendia fugir.

O ex-médico disse na conversa que seu plano não era fugir. "Eu ia passear", afirmou ele, em referência ao pedido de renovação do passaporte.

Abdelmassih disse ter consultado Thomaz Bastos --que teria respondido para ele ir "logo" tirar esse documento na Polícia Federal.

O ex-médico afirmou que uma juíza teria ainda dito para um de seus advogados para que ele ficasse "tranquilo" --e, por isso, ele se surpreendeu com a ordem de prisão.

"Falei: Vamos para Avaré' [no interior paulista]. Eu estava livre, eu estava solto. Aí, pum, avisaram [sobre a prisão] para mim", disse.

Em Avaré, foram achadas provas que ajudariam posteriormente na localização do especialista em reprodução.

Em Assunção, Abdelmassih teve filhos gêmeos. "As crianças nasceram lá, as crianças são paraguaias."

Na capital do país vizinho, ele disse que alugou uma "bela casa". "Uma casa daquela aqui custaria no mínimo uns US$ 8.000. Lá era US$ 1.800."

Abdelmassih disse na conversa que o imóvel não foi alugado no nome dele. "Aluguei primeiro no nome de uma firma que eu estava fazendo com um amigo."


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