Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Abdelmassih é condenado a pagar R$ 500 mil por troca de sêmen

Irmãos nascidos após inseminação descobriram que genes eram incompatíveis com o do pai

Decisão judicial ocorreu um mês antes da prisão do ex-médico; defensor diz que acusado usava procedimentos legais

GIBA BERGAMIM JR. ROGÉRIO PAGNAN ANGELA PINHO DE SÃO PAULO

O médico Roger Abdelmassih, 70, foi condenado a pagar R$ 500 mil de indenização a um casal de irmãos, gerados na clínica dele, por ter usado o sêmen de um desconhecido no tratamento de fertilização contratado pelos pais.

A ação judicial, em segredo de Justiça, foi movida em 2010 pelos irmãos, hoje com 20 anos, que descobriram a troca do sêmen: exames concluíram que o material genético usado na inseminação artificial que os gerou não era compatível com o do pai que os criou; da mãe, sim.

Segundo a decisão judicial, eles têm direito a receber R$ 250 mil cada por danos morais. O casal exigia R$ 4 milhões. Abdelmassih nega a acusação. Cabe recurso.

A sentença é de 15 de julho, um mês antes da prisão do ex-médico, na terça-feira, no Paraguai. Condenado a 278 anos de prisão pelo estupro de 37 mulheres, ele ficou mais de 3 anos foragido.

Ele responde a outras ações pela troca de material genético, método que, segundo as acusações, fez sua clínica atingir taxas de sucesso acima da média, dando fama à sua clínica, nos Jardins.

Em 1994, o casal foi à clínica de Abdelmassih em busca de um tratamento. A inseminação teve sucesso e os gêmeos foram gerados.

Segundo o advogado Luiz Fernando Nubile Nascimento, depois dos primeiros boatos contra o então médico, em 2009, a família desconfiou que podia ter sido enganada.

Nascimento aceitou falar desde que os nomes dos clientes não fossem revelados.

Ele afirma ter ciência outras quatro ações indenizatórias pela mesma razão. Nenhuma delas obteve sucesso.

"Sem qualquer consentimento ou autorização, o doutor Roger [Abdelmassih] usou o material genético de um terceiro, que não se sabe quem é até hoje", disse o advogado.

De acordo com Nascimento, a decisão de entrar com a ação foi dos jovens, quando eles ainda eram menores. "O abalo é muito grande, eles carregam isso a vida inteira"

O advogado de Abdelmassih, José Luis Oliveira Lima, disse que o ex-médico afirma que todos os procedimentos tiveram autorização dos pacientes. Flávio Yarshell, que o defende na área cível, disse que não comenta casos em segredo de Justiça.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página