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Presos por tráfico em Cumbica sobem 145%

Dados correspondem a detidos com cocaína em 10 anos no aeroporto internacional; estrangeiros são 83% do total

No ano passado, foram registrados casos com cidadãos de 40 países, a maioria de África do Sul, Angola e Nigéria

DE SÃO PAULO

O número de pessoas presas por tráfico de drogas no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), cresceu 145% em dez anos, segundo balanço obtido pela Folha.

Estrangeiros correspondem a 83% das prisões e são de 40 nacionalidades. A maioria é de sul-africanos, angolanos, nigerianos e tailandeses.

Em 2003, a Polícia Federal prendeu 112 pessoas e apreendeu 695 kg de cocaína. Fechou 2013 com 275 detidos, o que representa 15% de todas as prisões de estrangeiros realizadas no Estado de São Paulo naquele ano.

A quantidade de cocaína apreendida quase dobrou: foram 1.207,27 kg da droga.

Para efeito de comparação, o número de voos no mesmo período cresceu 55%.

O aeroporto internacional do Rio, o Galeão, o segundo mais movimentado do Brasil, prendeu nove pessoas e apreendeu 30,4 kg de cocaína no ano passado.

"A organização criminosa sabe que parte dos seus transportadores será presa. Então, ela está pulverizando o tráfico, ou seja, [coloca] mais gente portando menos droga", afirma Wagner Castilho, delegado-chefe da Polícia Federal em Cumbica.

A agrônoma búlgara Naydeno Iva, 31, morava nas ruas da província de Montana quando recebeu a proposta de um desconhecido. Ganharia R$ 5.000 para ir a São Paulo, onde faria a ingestão de 33 cápsulas de cocaína (417 gramas) destinadas à Grécia.

Aceitou a oferta. Em 2010, foi pega na viagem de volta, em Guarulhos, e condenada a quase cinco anos de prisão.

"Nunca tinha cometido crime. Foi o desespero", diz Naydeno, que hoje mora em um abrigo na zona leste. Ela cumpre pena em liberdade e não tem documentação.

"Esse tráfego formiguinha' é feito por redes menos potentes, que não conseguem operar nos portos, cuja apreensão é muito mais representativa", afirma o jurista Walter Maierovitch, ex-secretário Nacional Antidrogas.

Ele diz que a polícia recolhe só 30% da droga colocada no mercado internacional.

Relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime destaca que cresceu no Brasil o tráfico de cocaína, cujo destino é a África e a Europa. O fato de fazer fronteira com Colômbia, Peru e Bolívia, maiores produtores, é uma das explicações.


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