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'Tomei as precauções', diz juíza que liberou Cadu de clínica psiquiátrica

Assassino confesso do cartunista Glauco, que se tratava em liberdade, é suspeito de matar jovem

Delegado diz achar que Cadu não pode viver em sociedade; testemunha o reconheceu, de acordo com a polícia de Goiás

PAULA SPERB DE SÃO PAULO

A juíza Telma Aparecida Alves defendeu nesta terça-feira (2) sua decisão de autorizar que o assassino do cartunista Glauco Vilas Boas saísse da clínica psiquiátrica para se tratar em liberdade.

A decisão, de agosto de 2013, foi contestada por advogados e pela família do cartunista um dia depois de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 28, o Cadu, que é réu confesso, ser preso novamente, suspeito de matar um jovem durante assalto em Goiânia.

"Eu tomei todas as precauções que estavam ao meu alcance. Todas", disse a juíza, em entrevista coletiva.

Em 2011, a Justiça considerou Cadu inimputável por ser esquizofrênico, distúrbio que pode causar delírios e desorientação do pensamento.

Cadu foi para uma clínica de Goiânia, em 2012, para ficar próximo do pai.

Em 2013, a juíza autorizou que ele deixasse o local, com base em parecer de uma junta médica que reuniu representante da Justiça, do Ministério Público e do governo.

Segundo ela, o último relatório sobre o atendimento médico dele, de julho de 2014, mostrava que a esquizofrenia estava estabilizada.

"Ele vai mensalmente ao psicólogo e ao psiquiatra", disse. Segundo ela, Cadu cursava faculdade de psicologia e trabalhou numa empresa de call center. "No momento de fazer a assinatura da carteira de trabalho, descobriram [os antecedentes] e mandaram ele embora."

A juíza também disse que é "comum na área criminal as pessoas usarem outros inimputáveis para prática de crime". "Ele não fez isso sozinho [os assaltos], ele estava com outra pessoa", disse a magistrada. Além disso, a juíza disse que Cadu "não tem arma, nunca teve".

O delegado Thiago Damasceno Ribeiro, que prendeu Cadu nesta segunda (1º), disse que, em sua avaliação, ele não deve ficar solto.

"Ele parece ser mais dissimulado do que propriamente um deficiente mental. Não sou médico, mas é visível que Cadu não tem condições de viver em sociedade."

A promotora da Vara de Execuções Penais do Ministério Público Elizena Aparecida Xavier afirmou que Cadu estava bem e medicado.

"Estava tudo formalmente dentro do normal. Não esperava pelo acontecido", diz.

Na quinta-feira passada (28), Marcos Vinícius Lemes da Abadia, 45, foi baleado durante o roubo de seu carro, um Honda Civic.

No domingo (31), o estudante Matheus Pinheiro de Morais, 21, foi morto ao ter o seu Honda Fit roubado.

Cadu foi preso segunda-feira com o carro levado no primeiro assalto.

Depois de ouvir duas testemunhas e analisar um vídeo, a polícia apontou Cadu como o principal suspeito.

À polícia Cadu negou ter atirado nas duas vítimas, mas reconheceu que o veículo conduzido por ele no momento da prisão era roubado.

Cadu deve ser levado à Casa de Prisão Provisória de Goiânia nesta quarta (3). Na delegacia, onde está preso, ele recebeu a visita do pai.

CASO GLAUCO

O contato de Cadu com a família de Glauco ocorreu pela igreja Céu de Maria, fundada pelo cartunista e que segue rituais do Santo Daime.

Na época, a investigação apontou que ele estava em surto psicótico, agravado pelo consumo de drogas.


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