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Oito cidades adotam emergência em SP, mas só uma recebe verba federal
Com até 2 dias de rodízio de água, Tambaú teve calamidade pública reconhecida por governo
Segundo ministério, os outros sete municípios não cumpriam 'os critérios exigidos pela legislação'
Dos oito municípios paulistas que decretaram situação de emergência ou calamidade pública neste ano devido à estiagem, apenas um foi contemplado com verbas do governo federal, de acordo com dados do Ministério da Integração Nacional.
O beneficiado foi Tambaú (a 255 km da capital paulista). Com 22,4 mil habitantes, a cidade declarou estado de calamidade pública em 19 de agosto e está sob racionamento oficial de água desde 28 de abril.
Bairros inteiros ficam até dois dias sem água encanada em um sistema de revezamento programado.
O decreto foi reconhecido pelo governo federal na semana passada, após o abastecimento ter sido cortado por três dias seguidos em toda a cidade.
Depois do episódio, o governo do Estado também ofereceu auxílio ao município, disponibilizando três caminhões-pipa para a distribuição de água.
Segundo o ministério, outros sete municípios de São Paulo solicitaram ajuda devido à crise hídrica, mas não foram atendidos.
A pasta afirma que as solicitações foram indeferidas por não cumprirem "os critérios exigidos pela legislação referentes à caracterização de anormalidades", sem dar mais detalhes.
PEDIDOS REJEITADOS
Seis dos municípios que não foram atendidos ficam no interior paulista: Iepê, Palmital, Paraguaçu Paulista, Promissão, Santa Cruz do Rio Pardo e Brodowski.
O outro fica na Grande São Paulo: Santa Isabel, com cerca de 50 mil habitantes.
Depois de decretar situação de emergência, em fevereiro, o município firmou convênio com a Sabesp, que assumirá seu abastecimento a partir de novembro, segundo a prefeitura.
Outras cidades profundamente afetadas pela crise da água no Estado optaram por não pedir auxílio federal.
É o caso de Itu (a 101 km de São Paulo), onde o abastecimento de água foi limitado a 10 horas a cada dois dias.
O município chegou até a proibir a aprovação de novos empreendimentos imobiliários, visando frear o consumo de água na cidade.
Apesar disso, o prefeitura resolveu não decretar calamidade pública por considerar "desnecessária" a captação de verba federal ou estadual.
A gestão municipal alega que "os serviços de água e esgoto da cidade são conduzidos por empresa privada que opera com capital próprio".