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Cadu era 'expert em drogas', afirma colega

Professores e alunos de faculdade que assassino de Glauco frequentou após internação desconheciam sua identidade

'A gente suspeitava que ele usava drogas, mas não que era assassino', conta estudante de psicologia de Goiânia

CARLA GUIMARÃES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM GOIÂNIA

Um rapaz inteligente, muito falante e agitado e expert em drogas. É assim que colegas de turma e uma professora da faculdade de psicologia que Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 28, frequentava em Goiânia o descrevem.

Em choque, todos dizem que não sabiam que o aluno era o assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, mortos em 2010, até a prisão de Cadu em flagrante, na segunda-feira (1º), com um carro roubado.

Ele é suspeito de um latrocínio (roubo seguido de morte) e de outra tentativa desse crime. Esquizofrênico, foi considerado inimputável no caso Glauco. Após ficar três anos internado em uma clínica, um ano atrás passou a ser tratado em liberdade.

Entre os colegas do curso da Universo (Universidade Salgado de Oliveira) iniciado em agosto, ele nem sequer era chamado pelo apelido por que ficou conhecido nacionalmente após o crime.

"A turma não sabia nada sobre ele", diz uma de suas professoras, neuropsicóloga.

Com medo de represália, ela e os estudantes ouvidos pela reportagem pediram para não serem identificados.

"Nossa preocupação é ele voltar para cá. Ninguém vai tratar ele como a gente tratava. Vamos ter medo agora", diz a colega de classe A., 21. Ela afirma que Carlos Eduardo era "normal", mas muito "elétrico" nas aulas.

"A gente suspeitava que ele usava drogas, mas não que era assassino."

Para D., 16, Cadu agia normalmente, mas tinha o olhar "assustado" e "diferente".

A professora diz ter notado desde o início sinais "clássicos" de uso de drogas. "Não era um indivíduo calmo como está sendo dito. Era agitado, não sentava", conta, descrevendo-o como "manipulador, falante, líder".

A docente conta que, durante a discussão de um projeto, Cadu queria "por tudo" falar sobre drogas. "Segundo ele, ele era um expert. Não demorou nem 15 minutos para escrever um texto de quem realmente conhece a fundo a questão", relata.

Segundo ela, Cadu "deixou claro que já tinha sido dependente químico", mas aparentava ainda usar cocaína e crack, e talvez alucinógenos.

Segundo a colega A., Cadu anotava ideias para a atividade. "Iria procurar um psicólogo, um psiquiatra, pegar depoimentos com usuários. Ele queria fazer tudo."

O rapaz não era assíduo ao curso. "Vinha um dia sim, dois não. Tinha vez que ele vinha para a faculdade, mas não entrava na sala. Ficava fumando, conversando com alguém", diz D.

Quando aparecia, porém, era sempre participativo. "A professora trazia um assunto para a sala e ele sempre dava opinião, como se já soubesse do que ela estava falando."

Certa vez, saiu da sala após divergência com uma professora. Mas, segundo as alunas, só se exaltou no tom de voz.

Procurado, o advogado de Cadu, Sérgio Divino Carvalho Filho, disse que estava em audiência e não podia dar entrevista na tarde de ontem.


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