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Bombeiro suspeita de incêndio criminoso

Fogo em favela de SP deixou 600 famílias desabrigadas; equipes dizem ter sido recebidas com tiros e pedras

'Tamanho das chamas e reação dos marginais leva a crer que possa ter conotação criminosa', afirmou porta-voz

ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO

O Corpo de Bombeiros suspeita que o incêndio que atingiu uma favela da avenida Roberto Marinho, na zona sul de São Paulo, neste domingo (7), tenha sido criminoso.

A Defesa Civil estima que 600 famílias da favela Sônia Ribeiro (também conhecida como Morro do Piolho) ficaram desabrigadas.

Segundo os bombeiros, os fatores que despertam a desconfiança são a velocidade com que as chamas se espalharam, efeito que pode ter sido causado por alguma substância química, e a tentativa de criminosos de impedir o trabalho da equipe.

"Teve pedrada e até tiro. Não deixaram fazer o primeiro combate ao incêndio", disse o capitão Marcos Palumbo, porta-voz da corporação.

Um bombeiro recebeu uma coronhada e o trabalho, diz Palumbo, só pôde ser feito com a chegada da Polícia Militar --suspeitos foram presos perto dali com drogas.

Ele afirma que a chamada foi feita às 21h. Quando os bombeiros chegaram, quatro minutos depois, o fogo já estava alto demais para um incêndio em fase inicial.

"Pelo tamanho das chamas e a reação dos marginais, leva a crer que algo diferente pudesse estar queimando lá e que possa ter uma conotação de incêndio criminoso."

As causas do incêndio serão apuradas pela polícia.

Na manhã desta segunda (8), desabrigados continuavam com seus pertences na rua. Grávida de cinco meses e mãe de seis filhos, a camareira Adriana de Lima, 38, morou por 15 anos na favela. "Só sobrou essa TV", disse ela, sem saber para onde ir

A prefeitura distribuiu colchões e mantimentos. Foram cadastradas 401 famílias. Elas seriam encaminhadas para um alojamento e receberiam bolsa aluguel de R$ 1,2 mil a cada três meses.

Alguns disseram que não iriam para alojamentos e que reconstruiriam barracos.

HIDRANTE

Moradores disseram que os bombeiros chegaram sem água nos caminhões e que depois não conseguiram combater o fogo por falta de água.

Os bombeiros negam e afirmam que só houve falha operacional em um hidrante.

O problema acirrou os ânimos entre a prefeitura e a Sabesp --ambas negam ser responsáveis pela manutenção dos equipamentos.

A Sabesp cita lei estadual de 1975 e convênio de 2009 em que a prefeitura assume a responsabilidade pela instalação das válvulas.

Norma técnica dos bombeiros, de 2011, diz que a instalação e manutenção é responsabilidade das concessionárias, ou seja, da Sabesp. E a Promotoria expediu ofício em setembro para que a Sabesp crie "cronograma de manutenção dos hidrantes defeituosos".


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