Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Paciente invade consultório, atira em médico e se mata

Profissional do Sírio-Libanês, Anuar Mitre, 65, levou três tiros, um na cabeça

Urologista foi submetido a cirurgia na noite desta segunda; socorro provocou tumulto no hospital

RICARDO GALLO FABRÍCIO LOBEL NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO

O urologista Anuar Mitre, 65, foi alvejado com três tiros em seu consultório por um paciente. O atirador, o ex-médico Daniel Edmans Forti, 42, se suicidou em seguida, segundo a Polícia Militar.

Médico do Hospital Sírio-Libanês e professor associado de urologia da Faculdade de Medicina da USP, Mitre foi atingido na cabeça, no braço e nas costas, disse a PM.

Socorrido no próprio Sírio, ele foi submetido a cirurgia no cérebro e no braço. Há risco de haver sequelas, segundo a Folha apurou.

O hospital não deu detalhes do estado de saúde do urologista nem informou se ele corre risco de morte.

O crime ocorreu por volta das 15h30 no Medical Center, prédio em frente ao Sírio, na Bela Vista (região central de São Paulo). No local há consultórios particulares de médicos que atuam no Sírio.

PALAVRÃO

Forti havia chegado ao consultório e pedido para conversar com Mitre, afirmou à Folha a secretária do urologista, que pediu para não ser identificada.

O ex-médico era paciente da vítima havia cerca de cinco anos, segundo ela.

Mitre atendia um outro paciente. Quando este saiu, Forti foi em direção a Mitre, com um revólver na mão, xingou o urologista com um palavrão e atirou, afirmou a secretária.

"Nunca tinha visto isso na minha vida. Eu fiquei desesperada", disse a mulher.

Quando médicos e funcionários do Sírio souberam do crime, correram pela entrada principal do hospital para socorrer o urologista.

No consultório do outro lado da rua, encontraram Mitre ferido e o atirador já morto, com um tiro na cabeça e a arma do crime sob o corpo.

O socorro de Mitre no Sírio causou tumulto entre médicos e pacientes na tarde desta segunda-feira.

DEPRESSÃO

Daniel Forti tinha quadro de depressão e um problema na uretra, disse a secretária, sem dar detalhes. Ele passou a se tratar com Mitre depois de ter feito uma cirurgia malsucedida, decorrência de um acidente com motocicleta, anos atrás.

Paulista, ele havia sido médico do trabalho no Rio e é sócio de uma empresa de pneus no centro de São Paulo.

Segundo o conselho de medicina, no entanto, seu registro foi cancelado.

CENA CATASTRÓFICA

Ao programa "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes, o médico Sérgio Nahas descreveu a cena do crime como "catastrófica".

Nahas disse ter acompanhado o atendimento do colega de profissão. A tomografia mostrou que o cérebro estava preservado, disse.

A secretária afirmou ter recebido informação de que Mitre não corre risco de morte, o que o Sírio não confirmou

A Secretaria da Segurança Pública não havia dado informações sobre o caso até as 23h desta segunda. O órgão informou que o boletim de ocorrência sobre o crime ainda não havia sido concluído.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página