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Universidades em crise

USP chega a acordo para pôr fim à greve

Após 115 dias, reitoria e funcionários concordam com reposição de uma hora extra diária por no máximo 70 dias

Servidores planejam volta ao trabalho na segunda-feira; decisão depende de assembleia da categoria na sexta

THAIS BILENKY NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO

Representantes da reitoria da USP e funcionários chegaram a um acordo, e a greve que completa 115 dias deve acabar na segunda-feira (22).

Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho nesta quarta-feira (17), as duas partes concordaram com uma reposição de uma hora extra durante no máximo 70 dias.

Cada unidade decidirá internamente a maneira como organizará a reposição.

A USP deverá pagar, no próximo salário, o auxílio-transporte e o vale-refeição descontados durante a greve.

A greve só não foi formalmente encerrada porque o acordo precisa ser submetido a votação em assembleia de servidores, o que ocorrerá na sexta-feira (19).

"É praticamente certo que sim [será aprovado o fim da paralisação]. Vamos defender a volta ao trabalho na segunda-feira", afirmou Magno de Carvalho, um dos diretores do Sintusp, sindicato de trabalhadores da USP.

A Adusp, associação de docentes, fará uma assembleia nesta quinta-feira (18). Já há um indicativo de suspensão da paralisação aprovado para valer a partir de segunda.

Decisões anteriores sedimentaram o acordo do TRT: o reajuste salarial de 5,2% e o abono de 28,6%. Somadas, as medidas terão custo extra para a USP de R$ 124,5 milhões.

Ficam pendentes os pedidos de reajuste de benefícios como vale-refeição e auxílio-alimentação. Os itens deverão ser discutidos em reunião nesta quinta do Cruesp, conselho de reitores da USP, Unicamp e Unesp.

De acordo com os funcionários, a pendência não impede o fim da greve.

O acordo de reposição de horas é inédito. Até este ano, a praxe era a recuperação do serviço acumulado dentro da jornada normal de trabalho.

"Não foi o que esperávamos, mas foi o possível. A reitoria queria que a gente pagasse 114 dias em horas, uma coisa absurda que levaria anos", disse Carvalho.

Maria Paula Dallari Bucci, superintendente jurídica da USP e uma das representantes da reitoria, comemorou.

"Foi uma solução negociada. A marca desse processo todo é essa: o Conselho Universitário com peso real."

Em sua opinião, ao delegar decisões como o reajuste e o abono salariais, o reitor Marco Antonio Zago valorizou o conselho, criando espaço para o diálogo.

A universidade estuda criar um canal permanente de negociação com as categorias. Representantes de professores e funcionários afirmam que manterão uma comissão para negociar bandeiras como a não transferência dos hospitais universitários ao governo do Estado.


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