Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Morte de camelô em blitz é fato isolado, diz Haddad

Policial militar que atirou em ambulante estava no chamado "bico oficial"

Corporação informou que vai rever os procedimentos da Operação Delegada para 'minimizar riscos'

DE SÃO PAULO

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta sexta-feira (19) que a morte do camelô Carlos Augusto Muniz Braga, 30, durante blitz na Lapa (zona oeste de São Paulo) é "um caso isolado" dentro da Operação Delegada.

Também chamada de "bico oficial", a operação prevê que PMs de folga recebam bônus da prefeitura para atuar no combate ao comércio ilegal e no policiamento no entorno de escolas na periferia.

O vendedor ambulante foi morto com um tiro na cabeça, disparado por um policial militar durante uma blitz da operação na tarde de quinta (18) na Lapa (zona oeste de São Paulo). A operação era contra camelôs que atuam na rua 12 de Outubro.

Imagens gravadas por pessoas que testemunharam a ação mostram o momento em que o soldado Henrique Dias de Araújo dispara sua pistola.40 com a mão direita, depois que Braga tenta arrancar um spray de pimenta que estava na mão esquerda do PM.

Araújo foi preso em flagrante nesta quinta (18). Em depoimento à polícia, ele disse que o disparo foi acidental.

O policial, que responde por outro homicídio em serviço há seis meses, seguia detido nesta sexta (19) no Presídio Militar Romão Gomes.

Haddad afirmou que não deve mudar o esquema de combate ao comércio ilegal e que aguardará investigações.

"Há um processo permanente de aperfeiçoamento [da operação]. É um caso isolado, mas que tem que ser analisado em profundidade para saber se houve um comportamento indevido por parte do policial ou se é uma atitude mais generalizada", disse.

A PM já informou que vai rever os procedimentos dos policiais da operação para "minimizar riscos para policiais militares e cidadãos".

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o caso será investigado com "empenho".

"Nossa total solidariedade à família da vítima. A Corregedoria da PM já está investigando", afirmou.

Criada na gestão Gilberto Kassab (PSD), a Operação Delegada foi uma das bandeiras do ex-prefeito. Ela foi, porém, reduzida na gestão Haddad, gerando críticas de PMs.

A prefeitura diz que passou a exigir planilhas que comprovassem as atuações, com o argumento de que os pagamentos eram feitos por estimativa.

Em abril, Haddad enviou à Câmara projeto que estende a operação para a GCM (Guarda Civil Metropolitana).

HOMENAGEM

Os camelôs não trabalharam na região da Lapa nesta sexta em homenagem ao colega. À tarde, fizeram um protesto no local onde Braga foi morto e picharam, no asfalto, a frase "PM mata camelô na Operação Delegada. Justiça".

Eles prometem fazer novo protesto neste sábado (20).

A mulher de Braga, a também ambulante Claudiane da Silva Lopes, 32, disse que não sabe como vai criar as filhas, de 12, 6 e 3 anos.

Braga será enterrado neste sábado no Piauí, onde moram os pais e uma irmã dele.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página