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Contra

Ciclovias em SP são feitas a toque de caixa; plano esquece periferia

CAMILA MARQUES DE SÃO PAULO

Perguntar se alguém é a favor de um mundo com menos poluição, em que seja possível ir e vir de bicicleta do trabalho e levar uma vida mais saudável é chover no molhado. Dificilmente um não' será ouvido como resposta.

É o que reforça a pesquisa do Datafolha, segundo a qual apenas 14% dos paulistanos são contra a implementação de ciclovias em São Paulo.

Eu também seria umas das pessoas a dizer sim ao projeto, mas digo não --especificamente, ao modelo que temos visto crescer na cidade.

As faixas dedicadas às bicicletas se concentram, conforme sabido, no centro expandido e arredores (são mais de 20 km). E muitas passam por locais ermos, como a baixada do Glicério, e reconhecidamente perigosos.

Na periferia, onde a bicicleta é meio de transporte há muito mais tempo, o uso continua tão extenso quanto a ausência das faixas --apenas os bairros Vila Prudente e Capela do Socorro ganharam tinta vermelha no asfalto, em algo perto de 3 km.

Nessa linha, o que se vê diariamente no centro da capital paulista é o uso das ciclovias por pedestres que querem dar passos mais rápidos, por carroceiros que fogem dos automóveis, por carros que ficaram encurralados em uma cidade que sofre com seu trânsito.

Mas ciclovias ainda vazias são naturais, não um sinal de fracasso. Afinal, mudanças de hábito levam tempo --segundo o Datafolha, 68% não têm bicicleta, e 74% indicam não ter intenção de comprar uma nos próximos meses.

Infelizmente, tal tempo necessário parece ganhar um acréscimo, o da correção de um projeto que pouco tem melhorado a mobilidade urbana efetivamente.

Ser motorista na maior metrópole do país não significa não respeitar o direito dos ciclistas, mas sim escolher ou precisar usar o automóvel.

E defender que uma cidade com tantos carros, morros, acidentes geográficos e distâncias amplas ganhe suas ciclovias de forma eficiente, não a toque de caixa, é um direito do cidadão que vai e vem pela capital paulista.


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