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Crise da água

Ato por água acaba em confronto em Itu

Manifestantes jogaram pedras e ovos na Câmara Municipal; a polícia usou bombas de gás e balas de borracha

Racionamento já dura mais de sete meses; abastecimento tem sido limitado a dez horas a cada dois dias

LUCAS SAMPAIO ENVIADO ESPECIAL A ITU (SP)

Uma manifestação contra a falta de água reuniu cerca de 2.000 pessoas e acabou em quebra-quebra na tarde desta segunda-feira (22) no centro de Itu (a 102 km de SP).

Os moradores da cidade enfrentam racionamento há mais de sete meses e o abastecimento está limitado a dez horas a cada dois dias.

Os manifestantes se reuniram em frente à Câmara Municipal às 14h. Após um início pacífico, um grupo começou a atirar pedras, tomates e ovos, quebrando a maioria dos vidros. A Força Tática reagiu com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Dois vereadores, entre eles o presidente da Câmara, Doutor Bastos (PSD), foram atingidos por objetos atirados pelos manifestantes. Um segurança foi agredido, segundo a assessoria da Câmara.

Um portão lateral foi arrancado e os manifestantes invadiram o prédio, forçando os 13 vereadores a se refugiar na sala da presidência. Os funcionários deixaram o local pouco antes da invasão.

"Jogaram bomba em todo mundo, criança, cadeirante, idoso. O erro não é de quem está se manifestando. A gente está pagando pela água. O erro é de quem quebra", diz a funcionária pública Elisiete Feitosa, 47, que afirma estar sem água há um mês.

Sete pessoas, sendo três adolescentes, foram detidos em flagrante por depredação de patrimônio. O filho de 18 anos de Maria Lúcia da Silva, 49, estava entre eles. "Ele estava passando e foi detido."

"Não sabem o que é manifestação, o que é protestar. Reivindicar não é baderna", disse, na delegacia, Leandro Gonçalves de Oliveira, pai de Mateus, um dos detidos no protesto. "Não foi isso o que eu ensinei para ele", completou o assessor político.

Segundo a PM, com os detidos foram encontrados uma faca, um soco inglês e pedras. O serviço de inteligência da corporação filmou a ação.

"É desagradável trabalhar o dia inteiro, chegar em casa e não ter água para tomar banho. Se fosse dia sim, dia não, como diz a concessionária, estava ótimo", afirma o garçom André dos Reis, 49, que não participou do protesto porque estava trabalhando.

EMPRESA MUNICIPAL

O serviço de água no município é explorado pela empresa Águas de Itu, adquirida recentemente pela Águas do Brasil (grupo formado pelas empresas Queiroz Galvão Saneamento, Construtora Cowan, Developer e Acquapar Participações).

A concessionária informou em nota que, além da captação de água de poços e represas particulares, compra e injeta 3 milhões de litros de água por dia no sistema.

Disse ainda que está construindo uma nova adutora, cujas obras devem ser concluídas em janeiro de 2015.

Apesar de não ter ligação com a Sabesp, empresa ligada à gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a Águas de Itu informa em seu site que a região foi atingida pela mesma estiagem prolongada que afeta todo o Estado, em especial a área atendida pelo sistema Cantareira.

A reportagem não conseguiu contato com o prefeito de Itu, Antonio Luiz Carvalho Gomes (PSD).


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