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Chegada de bar já gera controvérsia na Lapa

Nova frente de expansão do mercado imobiliário, Vila Ipojuca será afetada por mudança no Plano Diretor de SP

Alteração permitiu abertura de unidade de escola da zona oeste no bairro, dominado por pequenas residências

DE SÃO PAULO

"Agora não temos mais que ir até a Vila [Madalena]. Não precisa do carro, dá para beber sem ter medo de pegar comando [blitz]", comemorou o dentista Paulo Conte, 52 anos, enquanto bebia uma cerveja com os amigos em um barzinho recentemente aberto na rua Húngara, na Vila Ipojuca.

O bairro, na região da Lapa (zona oeste), ainda é dominado por casinhas e sobrados, além de alguns prédios e pouco comércio, apesar de estar em uma zona de uso misto.

Com exceção das ruas Toneleros e Ponta Porã, todas suas vias são classificadas como locais, justamente as afetadas pela nova medida do Plano Diretor, que autoriza nelas baladas e igrejas.

SAMBA E FEIJOADA

O novo estabelecimento, que não tem nem um mês de vida, já aborrece alguns vizinhos que moram no prédio ao lado, segundo o porteiro.

E., 63, que não quis revelar sua identidade por medo de "represálias", é uma das incomodadas. "As mesinhas na calçada obstruem a passagem de pedestres, principalmente de idosos. Ali não é um ambiente propício para ter som e música ao vivo. É absurdo. E tem uma frequência duvidosa. Não é familiar."

No bar, a percepção é outra. Sócia do estabelecimento, Ana Cristina Gouveia, 52, que foi gerente de barzinho na Vila Madalena, diz que a vizinhança, seu público alvo, adorou a novidade da feijoada com samba no almoço de sábado. "Veio muita gente daqui, faltou feijoada".

Agora, diz ela, o próximo passo é fechar com vidro a fachada do bar --que "era um bar de pinguço"-- para o som não incomodar. A empresária diz que desconhecia a recente liberação de barzinhos em locais como aquele.

NOVOS PRÉDIOS

Assim como a Vila Madalena durante a última década, a Vila Ipojuca entrou na mira da construtora Ideia!Zarvos. Na primeira, a empresa já mudou a paisagem local com seus edifícios de fachadas coloridas e assimétricas, assinados por arquitetos de peso como Isay Weinfeld.

Otávio Zarvos, um dos donos, diz que sua construtora tem três condomínios em lançamento no bairro. O foco são os casais jovens de classe média alta com filhos pequenos.

Mas a classe média busca estar perto de comodidades, por isso Zarvos achou a medida do Plano Diretor "ótima". "Do jeito que estava antes era absurdo. Você não consegue achar uma escola, um bar, um supermercado, que são coisas necessárias, e que diminuem a necessidade de fazer tudo de carro."

Zarvos diz que ajudou a Escola Vera Cruz, na zona oeste, a encontrar um terreno para sua nova sede no bairro. Ficará na rua Votopuca, a 200 metros de um de seus novos edifícios. O colégio confirma que abrirá uma unidade ali. Antes da mudança das regras para as vias locais, isso não seria possível.

Quando os prédios estiverem prontos e mais gente estiver morando no bairro, diz Zarvos, "haverá um situação favorável para a chegada de novos comércios". "Vai ficar um lugar legal para famílias jovens", afirma.


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