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Atleta reage a assalto em frente à USP e é espancada
Remadora foi atacada no portão da universidade e conseguiu desarmar ladrão
Ferida, vítima não pôde disputar campeonato brasileiro de remo; dupla fugiu levando mochila e revólver
A remadora Bianca Miarka, 32, foi espancada por dois assaltantes em frente a um dos portões da USP, no Butantã (zona oeste paulistana), no domingo (28), quando chegava à universidade para disputar o campeonato brasileiro.
Ex-judoca, ela lutou com um dos ladrões, de quem conseguiu tirar a arma que usava ao exigir que a vítima entregasse sua mochila. Os dois fugiram numa moto após recuperarem o revólver e arrancarem a mochila dela.
Antes, chutaram várias vezes a atleta já rendida, deixando-a com ferimentos na cabeça e nas costas.
"Não recomendo que ninguém reaja. Mas fiz isso porque tive medo, pois achei que ele iria atirar", disse à Folha.
Nesta segunda (29), Bianca, que defende a equipe do Botafogo/RJ, publicou um texto em seu blog com críticas à falta de policiamento na USP. Ela estudou na universidade, onde fez doutorado na área de educação física.
"Até quando precisaremos de um mártir social para melhorar a segurança nas regiões da USP? Quantos corpos terão que ser encontrados?", questionou. No texto, ela relembra a morte do estudante Victor Hugo Santos, 20, cujo corpo foi achado na raia olímpica no dia 23, três dias após sumir numa festa.
"Tive sorte de ter praticado 25 anos de esportes de combates, o que serviu para minha autodefesa, mas quantos jovens e mulheres serão encontrados mortos ou espancados no futuro por falta de segurança?", concluiu.
LUTA
Bianca conta que foi abordada pela dupla após desembarcar de um ônibus.
Enquanto um dos bandidos ficou na moto, o outro apontou a arma e pediu a mochila. A remadora --de 1,76 metro e 79 quilos-- pediu para que ficasse ao menos com a documentação do campeonato. O ladrão se recusou. Ela então começou a luta.
Já imobilizado e sem a arma, o assaltante gritou. O comparsa desceu da moto e golpeou Bianca com um capacete várias vezes, até que ela soltasse o ladrão e a arma. Em seguida, foi espancada.
A polícia apura se um deles é o mesmo jovem que deu entrada num hospital da região com o braço quebrado.
Bianca diz ter sido socorrida por guardas do campus, que acionaram o resgate. Foi atendida no hospital universitário, mas não pôde competir.
Bianca diz ser favorável à presença de policiais na USP, medida a que representantes de alunos são contra. A USP informou que a PM faz o policiamento no entorno e dentro da universidade, com apoio da guarda.
