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Paciente melhora, e infecção por ebola é pouco provável

Resultado dos exames em homem que veio da Guiné e relatou sintomas da doença será conhecido hoje

Ausência de febre fez chances reduzirem; 64 pessoas que tiveram contato com africano são monitoradas

JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

Souleymane Bah, 47, primeiro caso suspeito de ebola no Brasil, não apresentava febre ou outros sintomas típicos da doença e tinha quadro estável no final da tarde desta sexta (10), de acordo com o Ministério da Saúde.

O resultado do primeiro exame laboratorial de Bah, que é guineano, deve ser divulgado neste sábado (11).

Ao longo do dia, o ministro Arthur Chioro (Saúde) evitou descartar a infecção do paciente pelo ebola, apesar da ausência de sintomas, mas a Folha apurou que a área técnica da pasta trata o caso como "pouco provável".

Se afastada a hipótese, o episódio servirá como um "test-drive" para averiguar o alerta dos serviços de saúde e cada etapa do protocolo de identificação e tratamento de um potencial caso.

Durante o dia, foi deflagrada uma grande operação, que envolveu ao menos quatro Estados e o Distrito Federal.

"No limite, tivemos um grande aprendizado em uma situação concreta", disse Chioro, para quem seria irresponsável e inadequado tratar o caso de outra forma.

Bah desembarcou em Guarulhos (SP) no dia 19 de setembro, vindo da Guiné (um dos países mais afetados) em voo que fez escala no Marrocos, segundo registros oficiais colhidos pelo governo.

Ele deu entrada numa UPA (unidade de pronto atendimento) de Cascavel (PR) na tarde de quinta (9), dizendo ter tido febre, dor de garganta e tosse. Apesar de o quadro febril não ter sido confirmado, ele foi classificado como o primeiro caso suspeito por ter vindo da Guiné recentemente e pelo relato de febre.

Bah foi isolado na unidade e transferido em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio, na madrugada de sexta. No hospital, foi colhido material para o exame.

"Não podemos deixar na interpretação subjetiva do profissional. Foi isso que fez com que, nos Estados Unidos, um caso leve fosse mandado de volta para casa [e depois confirmado para ebola]", disse Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde.

Ainda está pouco clara a rota do paciente, que se diz refugiado político, até chegar ao interior do Paraná.

O governo diz que, porém, essa informação é de pouco interesse, já que o ebola só é transmitido após o início dos sintomas --o que, nesse caso, seria a partir de quarta (8).

Técnicos do ministério enviados ao Paraná identificaram 64 pessoas que estiveram em contato com Bah desde o início dos sintomas. Dessas, 60 estavam dentro da UPA e quatro compartilhavam a moradia com o paciente.

Três dos contatos da UPA são profissionais de saúde que tiveram acesso direto a Bah e terão suas temperaturas conferidas duas vezes ao dia; os demais terão a temperatura medida uma vez por dia. Até o momento, nenhum deles apresentou sintomas. O ministério classifica como "baixo" o risco de todos.

O governo mantém as ações para a identificação do ebola no país. Barbosa argumenta que medidas como o controle de temperatura de viajantes na chegada têm pouco efeito prático, já que eventuais passageiros infectados podem chegar sem os sintomas. Para o secretário, é mais eficaz fortalecer alertas nos serviços de saúde.


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