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Riscos para o país são 'muito baixos', dizem especialistas

Médicos ouvidos pela Folha afirmam que governo federal agiu corretamente ao isolar africano com sintomas de ebola

Infectologista afirma que o momento é propício para avaliar os procedimentos adotados até agora

DE SÃO PAULO

Após a identificação do primeiro caso suspeito de ebola no Brasil, especialistas ouvidos pela Folha classificam como "muito baixo" o risco de ocorrer uma epidemia no país e afirmam que não há motivo para pânico.

"É pouco provável que tenhamos um surto de ebola no Brasil", diz o infectologista David Uip, secretário estadual da Saúde de São Paulo. "E se ocorrer, serão poucos casos", afirma.

Para ele, as medidas tomadas em relação ao paciente africano Souleymane Bah, identificado no Paraná, foram adequadas e não houve precipitação. "Existe um dado epidemiológico e um quadro de febre dentro do previsto. É melhor tomar as decisões do que pagar depois pela inércia."

Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da USP, concorda. Segundo ele, a incubação do ebola é de no máximo 21 dias. Bah, transferido nesta sexta-feira (10) para o Rio, começou a ter sintomas no limite desse período.

"Eles [o governo] estão certos de fazer todos os testes. Mas há chance de ser só uma gripe ou sinusite. É importante tomar todas as precauções para tentar conter o vírus."

Max Igor Lopes, infectologista do hospital Santa Catarina, lembra que a possibilidade de contágio só ocorre por meio de contato direto com fluidos de uma pessoa infectada, e somente após apresentação de sintomas.

Para Lopes e outros especialistas, é pouco provável que o paciente tenha contraído ebola. Bah teve febre no limite do período de incubação e não apresentou mais sintomas nesta sexta-feira.

Para Luiz Carlos Pereira Júnior, diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, a situação foi um "simulado real". O hospital tem 17 leitos para emergências e duas macas especiais. Mais duas devem chegar até dia 27.

Três africanos foram atendidos no Emílio Ribas nos últimos dias. Em todos os casos, a hipótese de ebola foi descartada após avaliações. Nenhum deles vinha de países com casos da doença. "Isso é importante para não passarem a considerar que todo africano é portador do ebola", diz.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Érico Antônio Gomes de Arruda, diz que o momento é propício para avaliar a eficiência dos procedimentos. "Na melhor das hipóteses, fizemos um treinamento que vai mostrar as nossas falhas e o que acertamos."


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