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Lista de policiais 'marcados' é investigada

DE SÃO PAULO DO “AGORA”

Papéis apreendidos na favela Paraisópolis (zona sul de São Paulo) em poder de criminosos indicam que a facção criminosa PCC mantém um serviço de inteligência para monitorar policiais para eventuais ataques.

O principal traficante de Paraisópolis é Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí. Segundo a Secretaria da Segurança, ele ordenou a morte de seis PMs. Foi preso em agosto após ficar três meses foragido -recebeu o benefício de saída temporária do Dia das Mães, mas não retornou; hoje, está na penitenciária de Avaré.

Conforme a Polícia Militar, na favela foi localizada uma lista com detalhes da rotina de cerca de 40 pessoas -a polícia investiga se todos são policiais marcados para morrer. Entre as informações, estão horários de saída de trabalho e locais que frequentam na folga.

"Não é uma lista. São informações sobre policiais. Mas não é nominal. Traz lá: o sargento sai às 17h e vai para o bar", disse o coronel Marcos Roberto Chaves, comandante da PM na capital.

Somente neste ano 88 PMs foram mortos, entre homens da ativa e aposentados, e quase todos (85) foram no horário de folga. A maioria tem características de atentado.

O Estado diz não poder afirmar se há ligação entre essa série de mortes.

Segundo o coronel, os papéis foram enviados para o serviço de inteligência da PM e a Secretaria da Segurança.

O primeiro passo, diz o oficial, é saber o grau de confiabilidade desses papéis. "Precisamos saber se são policiais e quais são esses policiais."

A lista encontrada vem sendo tratada com reserva. Para o coronel César Augusto Morelli, comandante do Policiamento de Choque, esse assunto pode trazer desconforto. "Não vou confirmar se tem policiais nessa lista. Por enquanto estamos analisando os nomes que estão nela. Se confirmar agora, sem avaliar os nomes, poderia criar uma situação de neurose internamente, nas polícias e na sociedade."

A apreensão desses documentos aconteceu anteontem com dois gêmeos de 17 anos que deixavam a favela com uma mala de rodinhas. A apreensão foi revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

Além dos relatórios, foram achados contabilidade dos criminosos e uma carta com ordem para matar policiais.

"Se for executado um (i) [irmão] será executado 2 policial sendo os mesmos da mesma corporação que cometer o ato de covardia [sic]", diz trecho do papel.

O teor se assemelha a outros documentos já apreendidos anteriormente, em especial a ordem para matar policiais quando um bandido for morto, conforme a Folha revelou no mês passado.

Para o major Olímpio Gomes, membro da comissão de Segurança da Assembleia, esses novos papéis precisam ser analisados com cautela.

Um dos motivos é o bilhete ter sido escrito com caligrafia incompatível com a maioria dos criminosos. Outro motivo é utilizar termos que não fazem parte do vocabulário dos criminosos. "Falam 'os bota', 'os verme', 'os coxinha', mas nunca 'membros da corporação'."


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