Folha de S.Paulo

Segurança e redação elevam custo do Enem

FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano terá um custo adicional para o governo de R$ 5,56 por aluno se comparado ao valor gasto na edição 2011.

O maior rigor na segurança e a mudança nos critérios de correção da redação são os principais motivos apontados pelo Ministério da Educação para o aumento do custo da prova, aplicada hoje e amanhã a 5,79 milhões de inscritos em 1.615 municípios do país.

Neste ano, o MEC terá uma despesa de R$ 45,33 por aluno -o cálculo já considera a quantia arrecadada pelo governo com a taxa de inscrição no exame, de R$ 35 por aluno.

Ao todo, 1,76 milhão de candidatos desembolsaram o valor, o que corresponde a 30,4% do total de inscritos. Estão isentos do pagamento alunos concluintes do ensino médio da rede pública e candidatos de famílias de baixa renda.

Em 2011, o custo por aluno foi de R$ 39,77 (valor já corrigido pela inflação).

Se fosse mantida a despesa de 2011 por aluno, o custo total seria de R$ 230,3 milhões. O montante, entretanto, chegou a R$ 262,5 milhões -R$ 32,2 milhões a mais.

"Triplicamos os pontos de atenção que tínhamos em experiências anteriores para ter muito mais rigor e segurança em todo o processo", afirmou ontem o ministro Aloizio Mercadante, em referência às medidas de preparação da prova que demandam atenção.

O presidente do Inep (órgão responsável pela aplicação do exame), Luiz Cláudio Costa, afirmou que a pasta checou pouco mais de 3.400 itens: desde a escolha das questões até a impressão das provas e a distribuição dos malotes.

Em edições passadas, o Enem passou por falhas no esquema de segurança. Em 2009, a prova foi furtada da gráfica contratada para imprimi-la. Em 2011, alunos de um colégio em Fortaleza receberam, antes do dia do Enem, material com questões que caíram na prova.