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Bombeiro atira em ladrão e mata menina

Amanda Ferrão Martinho, 10, voltava do litoral paulista com a família quando morreu vítima de bala perdida

Advogado de bombeiro atribui morte ao clima de insegurança no Estado após a morte de 92 policiais militares

Eduardo Anizelli/Folhapress
Moto e capacete usados por suspeitos de trocar tiros com bombeiro na zona sul de São Paulo
Moto e capacete usados por suspeitos de trocar tiros com bombeiro na zona sul de São Paulo
DE SÃO PAULO DO “AGORA”

Uma menina de 10 anos morreu atingida por uma bala perdida durante troca de tiros entre dois ladrões e um bombeiro na zona sul de São Paulo. Na mesma ação, um segurança foi baleado.

Eram 20h30 de anteontem, quando dois jovens em uma motocicleta se aproveitaram do congestionamento na avenida das Juntas Provisórias, no Ipiranga, e anunciaram o roubo a um carro.

O bombeiro Eder Nascimento Santos, 38, estava preso no congestionamento em seu Mitsubishi Pajero e percebeu o assalto. Ele desceu do veículo, onde estavam sua mulher e dois filhos, e anunciou a prisão dos ladrões.

Ao invés de se entregar, a dupla reagiu. Segundo o bombeiro disse à polícia, o jovem que estava na garupa da moto apontou a arma para ele e disparou duas vezes.

Como em São Paulo todo bombeiro é policial militar, Santos estava armado e atirou de volta. Ele disparou ao menos sete vezes com sua pistola particular. Quatro tiros atingiram o adolescente nas pernas e no rosto. O jovem tinha 16 anos, era egresso da Fundação Casa (ex-Febem) e morreu no hospital.

Outro disparo acertou a garota Amanda Ferrão Martinho, 10, que estava no banco de trás de um Gol que era guiado pelo pai dela, um gerente de banco de 46 anos.

Amanda, o pai dela, a mãe e uma irmã de 14 anos estavam voltando do litoral, onde tinham ido passar o feriado. O tiro quebrou o vidro de trás do veículo e atravessou a cabeça da menina, que já chegou sem vida ao hospital.

Um segurança, de 25 anos, que passava de moto pelo local foi outra vítima de bala perdida. Ele foi atingido por um tiro nas costas e não corre risco de morrer.

CLIMA DE INSEGURANÇA

A reação de Santos, segundo o advogado dele, Caleb Garcia, só aconteceu por causa do clima de insegurança pelo qual passa o Estado, onde 92 policiais militares foram assassinados desde o início do ano.

"Ele foi uma vítima. Agiu no instinto de defender sua família", afirmou o defensor.

O outro ladrão, Jeferson Lucas do Nascimento, 18, fugiu a pé e foi detido por quatro PMs que estavam de folga e passavam pelo local.

Ele foi preso por tentativa de roubo, resistência à prisão e corrupção de menores.

O advogado Marcelo Passiani, defensor de Nascimento, não retornou aos recados deixados ontem pela Folha.

O bombeiro foi indiciado sob a suspeita de homicídio culposo (não intencional) pela morte de Amanda.

Para a polícia, o tiro que matou a estudante -ela frequentava a escola São Francisco, na região norte de São Paulo- foi disparado pela pistola do soldado.

Ele chegou a ser preso, porém foi solto após pagar fiança de R$ 3.110.


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