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Acusação de que matei Ubiratan é 'absurda', diz Carla

'Precisaram criar um bode expiatório', afirmou a ré, em depoimento, no segundo dia do julgamento

Para acusação, ela está 'se debatendo'; sessão continua hoje com debate entre a defesa e a Promotoria

RICARDO GALLO LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULO

Em depoimento no segundo dia de seu julgamento, a advogada Carla Cepollina, 46, disse ontem ao júri ser "absurda" a acusação de que tenha matado a tiros seu namorado, o coronel da Polícia Militar e deputado estadual Ubiratan Guimarães.

Ao juiz Bruno de Castro, afirmou ter sido vítima, não assassina. "Precisaram criar um bode expiatório em que, graças a Deus, não me encaixo."

Carla é apontada pela Promotoria como a única responsável pelo crime. Teria matado o namorado por ciúmes.

É acusada de homicídio triplamente qualificado -crueldade, motivo fútil e sem chance de defesa. O crime, em 9 de setembro de 2006, ocorreu no apartamento de Ubiratan, nos Jardins, na zona oeste.

No depoimento, encerrado às 22h30, Carla disse ter sido vitima de uma série de erros. "Todo crime deixa rastros. A acusação não tem uma única prova de que fui eu", afirmou.

Vicente Cascione, advogado de acusação, disse que ela está "se debatendo, atacando a polícia". "Quando ela descobriu que ele mantinha um relacionamento com outra pessoa, perdeu o controle."

ASSESSOR

Além de voltar a negar a autoria, Carla insinuou que o crime pode ter sido cometido por um assessor de Ubiratan em sua campanha para reeleição: o coronel da reserva Gerson Vitória, que morreu um mês atrás, de câncer.

Deu três razoes: 1) Ubiratan havia lhe dado um tapa no rosto dias antes de morrer; 2) ele suspeitava de desvio de dinheiro da campanha; 3) o tiro que o atingiu foi certeiro, "de profissional".

Em 2006, quando Carla afirmou à polícia que Vitória deveria ser investigado, o militar afirmou que ela tentava desviar o foco da apuração.

Ontem, o juiz insistiu para que ela explicasse um dos pontos menos claros do caso: por que, horas antes de o oficial ser morto, ela saiu do apartamento, deixando-o só e dormindo.

Carla afirmou que estava contrariada. Primeiro, porque o policial havia bebido muito e dormido; depois, pelo fato de Ubiratan ter recebido um telefonema de Renata Madi, delegada federal com quem ele mantinha um caso.

O julgamento continua hoje, com debate entre defesa e acusação. Em seguida os jurados se reúnem para decidir se ela é culpada ou inocente. Por fim, se condenada, o juiz estabelece a sentença.

Para o juiz aposentado Luiz Flávio Gomes, a pena, em caso de condenação, ficará entre 12 e 30 anos. Há a possibilidade ainda, diz ele, de que ela seja absolvida por não haver prova direta -isto é, não há como comprovar que ela tenha cometido o crime.


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