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Assassino de cartunista é transferido para clínica

Carlos Eduardo Sundfeld Nunes está em instituição em Goiás a pedido da família

Ele cumpria medida de segurança em complexo penal no Paraná; para viúva de Glauco, mudança é "absurda"

CARLA GUIMARÃES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM GOIÂNIA

O assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e do filho dele, Raoni, foi transferido do Complexo Médico Penal, em Quatro Barras (região metropolitana de Curitiba), para uma clínica psiquiátrica em Goiânia.

Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, conhecido como Cadu, foi transferido em 23 de outubro. O pedido foi feito por sua família e autorizado pela Justiça do Paraná, com aval da Justiça de Goiás.

A vaga é custeada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A transferência foi divulgada ontem pelo jornal "O Globo".

Nunes chegou a ficar preso no presídio federal de Catanduvas em 2010, quando Glauco foi morto. No ano seguinte, foi considerado inimputável após um laudo apontar que sofre de esquizofrenia. A Justiça determinou que ele ficasse ao menos três anos sob cuidados psiquiátricos.

No complexo penal, ele ficava preso em uma cela e passava por tratamento médico.

Na Clínica de Repouso de Goiânia, fica em quartos que possuem de três a cinco leitos e pode circular pelo pátio e por outras áreas.

Funcionários da clínica disseram, sob anonimato, que Nunes foi recebido sem a informação de que cumpre medida de segurança e que ele aparenta tranquilidade.

Ele fica sob acompanhamento do Paili (Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator), ligado ao governo goiano. Ao solicitar a transferência, o pai dele alegou que gastava mais de R$ 5.000 mensais com passagens aéreas para visitar o filho.

Segundo o promotor Haroldo Caetano da Silva, de Goiânia, os três anos não precisam ser cumpridos em regime de internação. A coordenadora do Paili, Maria Aparecida Diniz, diz que, se Nunes receber alta, poderá ir para um centro de atenção psicossocial ou para casa.

O cartunista e líder religioso Glauco, 53, e o filho dele, 25, foram assassinados a tiros por Nunes, no dia 12 de março de 2010, em Osasco, na Grande São Paulo.

VIÚVA

A viúva de Glauco, Beatriz Galvão Veniss, 51, diz que a transferência do assassino do cartunista é "absurda" e desrespeita sentença de 2011, que determinava três anos de internação no complexo médico.

"Nós que fomos condenados no fim. Eles [a Justiça] condenaram a nossa família", diz.

"Quem vai garantir que ele não terá um novo surto? É um risco muito grande, como vamos ter sossego agora?"

Beatriz afirma que a família estuda se é possível recorrer. A reportagem procurou a defesa de Nunes, mas não teve resposta até o fechamento da edição.

Colaborou FELIPE LUCHETE


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