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Freio de emergência de bondinho falhou, afirma condutor

Após receber alta do hospital, ele prestou depoimento à polícia; acidente no sábado passado deixou três mortos

Delegado pretende agora ouvir técnicos que fizeram a checagem dos itens de segurança antes da viagem

REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO

O condutor do bondinho que se acidentou no sábado, em Santo Antônio do Pinhal (a 171 km de São Paulo), disse em depoimento à polícia na tarde de ontem que o freio de emergência falhou.

"Luciano [da Silva, 35] informou que o freio de emergência não funcionou", disse o delegado do 1º DP de Pindamonhangaba, Vicente Lagioto, que investiga o caso.

"Ele estava descendo, a roda perdeu contato com o trilho, o trem começou a escorregar e aumentar a velocidade."

O bondinho pertence à Estrada de Ferro Campos do Jordão, empresa ligada à Secretaria de Transportes Metropolitanos do governo de SP.

Três mulheres morreram no acidente. Uma delas estava grávida de seis meses. O bebê também não resistiu. Quarenta pessoas se feriram.

A automotriz -nome técnico do veículo, que tem motor movido a eletricidade e conjuga as funções de locomotiva e vagão de passageiros- descarrilou e só parou ao bater em um poste.

Segundo Lagioto, Silva disse que é normal o veículo perder contato com o trilho e patinar, o que já havia ocorrido outras vezes em outros trechos. Mas essa foi, segundo relato dele à polícia, a primeira vez que o sistema de freios de emergência falhou.

"Quando ocorre [a perda de tração], a primeira coisa que o motorneiro faz é acionar um mecanismo que joga areia no trilho, para dar atrito", disse. Esse mecanismo, segundo o depoimento de Silva, foi insuficiente.

"Foi acionado então o freio de emergência, um eletroímã que cria um campo magnético que prende o bonde no trilho, ocasionando uma parada abrupta. Nesse caso, o sistema não funcionou."

Na segunda, o delegado deve ouvir os técnicos que fizeram a checagem dos itens de segurança, que ocorre antes do início de cada viagem.

"Há três anos Luciano opera o bonde nessa linha e nunca tinha precisado acionar esse sistema para parar nesse trecho [de descida]", afirmou o delegado. "A velocidade, que é de 20 km/h, ele calcula que tenha chegado a 50."

Silva ficou internado até anteontem no Hospital Regional em Taubaté. Ele sofreu fratura no braço e teve de passar por cirurgia.

Nesta semana, o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, já havia dito que a principal suspeita da empresa era falha no freio de emergência.

"A última troca das sapatas [dos freios] ocorreu em 18 de setembro. Elas devem ser trocadas a cada 90 dias. São três sistemas [de freio] em paralelo. O que preciso saber é se eles podem falhar", disse.


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