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Cotidiano

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Happy hour revigora o coração do centro antigo

Fuga do trânsito e eventos culturais lotam os bares

OLÍVIA FLORÊNCIA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Alguma coisa acontece no coração do centro histórico de São Paulo. No cruzamento das ruas São Bento e Quitanda, ao lado da praça do Patriarca, duas mesas brigam para ocupar o mesmo lugar no espaço. O pedacinho ainda é disputado por quem está de pé, esperando sua vaga no Alhambra Café para "esfriar a cabeça" depois do trabalho.

Perto dali, na praça Antônio Prado, as mesas lotam o lado de dentro e o lado fora do bar São Jorge -e mais uma fila. Abaixo, o samba rola solto no Planeta Frutas e ecoa pela avenida São João.

O que acontece no centro paulistano é que os bares da região voltaram a "ferver" nos happy hours.

A revisora Aline Moreira, 24, está sempre por ali. "O movimento tem aumentado mesmo. Nunca tem lugar", diz, devidamente instalada em uma das disputadíssimas mesas com mais duas amigas.

A estratégia para garantir o lugar é combinar de uma delas chegar mais cedo, conta.

Felício Salomão, sócio do Salve Jorge, sentiu que o movimento aumentou. "Principalmente com a presença de jovens e empresas se instalando no centro."

TRÂNSITO E ECONOMIA

Segundo Ruy Barros, consultor do Sebrae, pesquisas mostram que, quanto pior está a economia, melhor é para os bares. "A lógica é: temos dinheiro, vamos viajar. Não temos, vamos beber."

Mas essa conclusão não é consenso. O superintendente da associação Viva o Centro, Marco Antonio de Almeida, acha que o sucesso do happy hour no centro tem dois motivos: o aumento do número de faculdades na região e o trânsito entupido do fim da tarde.

Para ele, cada vez mais os trabalhadores preferem "fazer hora" na região, para deixar o horário de pico passar. Já os estudantes ficam à espera das aulas à noite.

O maior o movimento também tem influência dos eventos culturais, de acordo com Marcos Mantoan, gerente do CCBB-SP (Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo), instalado na rua Álvares Penteado. Ele cita a mostra "Impressionismo: Paris e a Modernidade", que ficou em cartaz no centro cultural entre agosto e outubro passado e atraiu milhares de pessoas para lá -foi um público de 325 mil em 58 dias de exposição, segundo ele.

"Desde que o CCBB veio para São Paulo, em 2001, muitas atividades voltaram para a região. A mostra veio coroar essa requalificação. A maioria do público nunca tinha vindo ao centro antes", diz.

O QUE VEM POR AÍ

Álvaro Aoas, dono do tradicionalíssimo Bar Brahma, na avenida São João, afirma que o poder público tem que investir mais ali.

"É charmoso usar o centro para o happy hour. Teremos um evento de repercussão mundial em 2014 e ninguém tem dúvida de que todo mundo vai passar pelo centro", diz.

Ele conta que negocia a abertura de um "espaço bombástico" na região. "A ideia é ter um lugar com um grande espetáculo permanente dentro do bar", adianta.

Facundo Guerra, empresário da noite de São Paulo, dono do Vegas e do Volt, resume o que parece ser uma tendência na cidade. "Todos os meus negócios, agora e no futuro, serão no centro."


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