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Haddad anuncia secretários de 'área estratégica' do governo
Entre os cinco escolhidos, há apenas um político; três deram aulas na USP e um é consultor
Prefeito eleito diz que nomes formam núcleo central da gestão, que irá se relacionar com toda a administração
O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad, anunciou ontem os primeiros secretários de sua gestão. O grupo, com perfil mais técnico do que político, inclui nomes próximos ao petista e professores da USP, a exemplo de Haddad.
Entre os escolhidos, dois são novatos na administração pública: o consultor Marcos Cruz, que vai assumir a pasta de Finanças, e o arquiteto Fernando de Mello Franco, que ficará com a de Desenvolvimento Urbano.
Os outros três tiveram passagem pelo governo. O vereador Antonio Donato (PT) será o secretário de Governo.
Leda Paulani, professora de economia da USP, vai ocupar a de Planejamento, Orçamento e Gestão. O advogado Luís Fernando Massonetto, também da USP, será o titular de Negócios Jurídicos.
Na apresentação, o petista disse que quer anunciar a maioria de seus escolhidos até o fim do mês. Ele afirmou que priorizou a escolha destes secretários porque ocuparão pastas estratégicas, que se relacionam com todo o governo.
Segundo ele, foram escolhidos "só 5 de 25" secretários. Atualmente, a prefeitura tem 27 secretarias. O petista afirmou que haverá mudanças, mas não disse quais.
No ato, os novos secretários não se pronunciaram.
Apesar do perfil do grupo indicado ontem, Haddad, que também é tido como um gestor técnico, afirmou que dará espaço para indicações políticas e fará um governo de coalizão. "Haverá uma pluralidade quase que obrigatória de perfis", disse.
A fala é um recado a petistas que cobram a nomeação de correligionários para pastas-chaves, como Saúde e Educação, e a partidos aliados que esperam ser contemplados.
Ontem, Haddad encontrou o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), e negociou a participação do partido, do ex-prefeito Paulo Maluf, em seu governo.
Coordenador da campanha de Haddad e do grupo de transição, Donato é o com perfil mais político entre os anunciados. Terá como função a interlocução entre secretarias e com a Câmara. Donato disse à Folha que uma das prioridades no Legislativo será a aprovação do novo Plano Diretor.
"Definir prazos sempre é arriscado, mas nossa vontade é aprová-lo em 2013 para que produza efeitos nesse próprio governo", disse.
Amiga de Haddad e assessora da Secretaria de Finanças na gestão Marta Suplicy, Paulani terá a missão de garantir recursos para cumprir promessas como o fim da taxa de inspeção veicular e o Bilhete Único Mensal.
O arquiteto Mello Franco, que também foi professor da USP, terá que cumprir a promessa de reformar o projeto Nova Luz, na região central.
Outro desafio da gestão ficará sob responsabilidade de Marcos Cruz, sócio da McKinsey, que tentará renegociar a dívida do município com a União, que gira em torno de R$ 60 bilhões. Em viagem, Cruz não foi à apresentação dos secretários. Segundo Haddad, ele deixará a consultoria para assumir o cargo.
Já a pasta que Massonetto vai assumir administra o pagamento dos precatórios municipais. O valor atual da dívida é de R$ 16,5 bilhões.
