Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

PMs que mataram servente são suspeitos de outra morte

Polícia Civil apura se eles atiraram, minutos antes, contra outro suspeito desarmado

Testemunhas afirmam que eles foram mortos na mesma ação; vítimas podem ser ligadas ao traficante Piauí, do PCC

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE SÃO PAULO DO “AGORA”

A Polícia Civil investiga se os policiais militares presos sob a acusação de assassinar no último sábado o servente Paulo Batista do Nascimento, no Campo Limpo (zona sul), mataram outro suspeito que também estava dominado.

Essa outra morte ocorreu minutos antes, no mesmo bairro. O ajudante Gefferson Oliveira Soares do Nascimento, 23, estava no mesmo veículo de Paulo e trocou tiros com os PMs, de acordo com os policiais suspeitos.

Nessa versão apresentada pelos militares na delegacia, durante o registro do caso, eles só atiraram por necessidade e teria havido uma "resistência seguida de morte".

Segundo o relato policial, Gefferson foi baleado e socorrido sem sucesso. Paulo, por sua vez, conseguiu fugir e foi encontrado em uma viela, minutos depois, já sem vida.

Imagens feitas por cinegrafista amador e divulgadas pelo "Fantástico", da Rede Globo, no domingo, revelaram que a morte de Paulo não foi como os PMs contaram. O suspeito estava dominado quando foi baleado por um PM.

Testemunhas ouvidas pela Folha disseram ontem que a história tem outros detalhes.

Um deles é que, após o disparo -momento em que o cinegrafista se esconde e perde o foco-, Paulo conseguiu fugir dos PMs e se esconder em mercadinho na mesma rua.

Lá dentro, foi novamente baleado e arrastado para a rua. A versão foi contada à Folha por cinco moradores em diferentes pontos da região.

De acordo com Polícia Civil, Paulo recebeu três tiros (nos braços e um no peito). Dois tiros, segundo a polícia, foram dados pelo soldado Marcelo de Oliveira Silva.

Já com relação a Gefferson, os vizinhos também afirmam ter havido uma "execução" -que os PMs também atiraram no rapaz já rendido e que as cenas de motos caídas, como apareceram nas imagens de TV e jornais, foi armada.

O diretor do DHPP (departamento de homicídios), Jorge Carlos Carrasco, disse que o caso é investigado e alguns questionamentos só poderão ser respondidos após "provas técnicas, mais depoimentos e oitivas de testemunhas".

A Folha apurou que uma das linhas de investigação é a suposta ligação de Paulo e Gefferson com o tráfico de drogas de Paraisópolis e a ligação deles com o traficante Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, suspeito de ordenar a morte de PMs.

A polícia pedirá a prisão preventiva do tenente Halstons Kay Yin Chen e dos soldados Francisco Anderson Henrique, Marcelo de Oliveira Silva, Jaílson Pimentel de Almeida e Diógenes de Melo.

OUTRO LADO

O advogado José Miguel da Silva Júnior, que defende o soldado Henrique e o tenente Chen, disse que seus clientes negam ter atirado. A reportagem não conseguiu falar com os advogados dos outros três policiais.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página