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Crime cresce em SC com a migração de quadrilhas

Para sociólogo, Estado vive efeito da interiorização da criminalidade

Governo catarinense não comenta se existe ligação dos atentados no Estado com o PCC ou com ataques em SP

FELIPE BÄCHTOLD ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

A onda de violência que atingiu Santa Catarina na semana passada reflete a transformação do Estado de um dos mais pacatos do país para um local atraente para quadrilhas de outras regiões e com criminalidade em alta.

Desde segunda-feira, diversas cidades catarinenses sofreram ataques orquestrados contra unidades da Polícia Militar e tiveram ônibus incendiados, deixando os moradores em pânico.

Ao longo da década passada, o número de homicídios deu um salto no Estado, que ostenta um dos melhores indicadores sociais do país.

Dados do último Mapa da Violência, que pesquisa a evolução da criminalidade em todo o Brasil, mostram que os índices de assassinato mais do que dobraram na Grande Florianópolis entre os anos de 2000 e 2010.

Também houve forte alta em todo o Estado, enquanto a média nacional do período apresentou uma leve queda.

A capital catarinense passou a ter índices mais elevados do que a cidade de São Paulo, por exemplo.

Relatório da Secretaria de Segurança catarinense sobre o primeiro semestre de 2012 aponta um surto de roubos a caixas eletrônicos no Estado.

Segundo o levantamento, houve um ataque com explosivos ou maçarico a cada um dia e meio. Nessa modalidade de crime, é comum que grupos organizados em grandes centros escolham como alvo cidades do interior.

No entanto, mesmo com o aumento das taxas nos últimos anos, o Estado permanece entre os que possuem índices de homicídios mais baixos do país. Foram 12,9 mortes por grupo de 100 mil habitantes em 2010.

O professor Julio Jacobo Waiselfisz, que coordena o Mapa da Violência, diz que há uma "interiorização" da criminalidade no Brasil, com grupos criminosos ampliando sua atuação para longe de locais onde surgiram, como Rio e São Paulo.

"Não é necessariamente uma migração das pessoas, mas aparecem as mesmas formas de organização. Outros adotam o modelo", diz.

O governo catarinense não comenta a possibilidade de ligação dos atentados no Estado com o PCC (Primeiro Comando da Capital) ou com os ataques em São Paulo.

Em Santa Catarina, a riqueza do litoral também é um atrativo -na década passada, Florianópolis se tornou chamariz de turistas ricos e de novos moradores de alto poder aquisitivo. "Onde está o dinheiro está o crime", afirma Waiselfisz.

Como agravante à situação já crítica, há a estrutura defasada dos órgãos locais de segurança pública.

A Polícia Militar de Santa Catarina tem menos policiais hoje do que dez anos atrás.De acordo com o secretário de Segurança Pública, César Grubba, seriam necessários mais 4.500 policiais, além dos atuais 11 mil.

Segundo a pasta, os limites de gastos estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e o baixo crescimento da receita prejudicam o cumprimento da meta.


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