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Sem 'povo', começa júri popular de Bruno

Os 120 lugares do Fórum de Contagem serão ocupados por jornalistas, juízes, alunos de direito e parentes de réus

Restrição à entrada pode levar à anulação do júri, diz presidente de conselho da OAB; julgamento inicia hoje

ROGÉRIO PAGNAN DE SÃO PAULO PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE

Devido a falta de estrutura do fórum de Contagem, onde começa hoje o julgamento do goleiro Bruno Fernandes, a Justiça de Minas deverá impedir a entrada de pessoas comuns ao plenário e limitar o número de familiares dos réu.

Bruno é acusado de ter planejado o sequestro e morte de Eliza Samudio, sua amante à época. Ele nega o crime.

Na reunião na semana passada, os organizadores decidiram reservar só duas cadeiras aos parentes de cada um dos réus (são sete ao todo) e à família de Eliza.

Das 120 cadeiras na plateia, nenhuma delas será oferecida às pessoas comuns. Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, tem mais de 600 mil habitantes.

Além dos parentes, uma parte da plateia será destinada a jornalistas, outra para alunos de direito, e o restante para convidados da magistratura e de Ministério Público.

Ontem, os organizadores estudavam como abrigar oito representantes do Conselho Nacional de Justiça.

SEM TRANSMISSÃO

Além de limitar o acesso, a juíza Marixa Rodrigues também proibiu a transmissão ao vivo do julgamento, diferentemente do que tem feito o STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do Mensalão.

Para o presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante, essa restrição, em especial de parentes, poderá provocar a anulação do júri por ferir o preceito constitucional da publicidade.

"Temo pelo futuro do júri. Acho que o Estado poderá despender recursos, tempo e dinheiro num júri que pode vir a ser anulado. Até mesmo a pedido da defesa, por conta do não cumprimento desse preceito constitucional", diz.

O ideal, diz, seria ter transferido o júri para Belo Horizonte, em razão da estrutura e da maior segurança.

Segundo o TJ, foram feitos inúmeros pedidos para que o julgamento fosse transferido para a capital mineira (que tem mais estrutura). A magistrada Marixa não concordou.

A manutenção do julgamento em Contagem é vista por advogados ouvidos pela Folha como uma forma de os magistrados de Contagem causarem constrangimento à cúpula do TJ de Minas, que teria negado recursos para melhorar as condições do prédio.

O próprio plenário que abrigará o júri funciona numa espécie de porão do prédio, sem ventilação nem iluminação adequadas.


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